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MPF denuncia policiais rodoviários pela morte de menina Heloisa

Agentes alegaram que veículo era roubado, mas não há registro no Detran

Caso Heloísa: Justiça do Rio recebe denúncia do MPF contra policiais
Caso Heloísa: Justiça do Rio recebe denúncia do MPF contra policiais - Foto: Reprodução

A Justiça Federal do Rio de Janeiro recebeu denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra três policiais rodoviários federais acusados pela morte da menina Heloísa, de 3 anos, em setembro deste ano.

O que você precisa saber:

  • O MPF denunciou três policiais rodoviários federais pela morte da menina Heloísa, de 3 anos.
  • Os agentes alegaram que o veículo em que a menina estava era roubado, mas não há registro do tipo no Detran.
  • Os policiais não atiraram contra os pneus do carro, o que indica que não havia intenção de deter ou advertir os ocupantes.
  • Os agentes usaram fuzis de calibre grosso e alcance longo, que têm maior velocidade, menor recuo e mais letalidade.

Segundo a denúncia, os policiais atiraram 21 vezes contra o carro em que Heloísa estava com a família. A menina foi atingida por um tiro na cabeça e morreu no local.

Os policiais argumentam que receberam uma informação de que o veículo era roubado e, por isso, o interceptaram. O MPF rebate e diz que não encontrou nenhum registro do tipo no Detran. O carro foi comprado pelo valor de mercado e nenhuma das partes do negócio reconhece registro de roubo.

Outro ponto destacado na denúncia é o fato de os policiais não terem atirado contra os pneus do carro. O que significa, para os procuradores, que “não houve a intenção de deter ou advertir”, nem abordagem prévia dos policiais ao motorista do veículo, o pai de Heloísa.

As armas usadas pelos agentes da PRF foram fuzis de calibre grosso e alcance longo. Eles optaram por esse tipo de recurso, mesmo tendo pistolas no momento da perseguição. Os fuzis tinham maior velocidade, menor recuo e mais letalidade.

“Não é minimamente crível que, ao cravejar com tiros de calibre 5.56 um veículo tripulado e com carroceria comum, a poucos metros de distância, houvesse outra intenção senão a de matar”, pontua o MPF na denúncia.