Pediu Regulamentação

Silvio Almeida comenta caso Choquei: "monetização do sofrimento"

Ministro dos Direitos Humanos Clama por Regulamentação após Tragédia nas Redes Sociais

Ministro Silvio Almeida se pronuncia sobre o caso Choquei - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Ministro Silvio Almeida se pronuncia sobre o caso Choquei - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, expressou sua preocupação no X (antigo Twitter) pedindo a regulamentação das redes sociais em resposta à morte de Jessica Canedo, de 22 anos.

A jovem, vítima de uma fake news disseminada em páginas de fofoca, incluindo a Choquei, tirou a própria vida na última sexta-feira (22).

A Importância da Regulamentação: Um Alerta Urgente

Almeida enfatizou a importância crucial da regulamentação das redes sociais diante da tragédia. Ele não hesitou em apontar quem se beneficiou com a disseminação de informações falsas, destacando a gravidade do caso.

“Em menos de um mês este é o segundo caso de suicídio de pessoa jovem – e que guarda relação com a propagação de mentiras e de ódio em redes sociais – de que tenho notícia. Tragédias como esta envolve questões de saúde mental, sem dúvida, mas também, e talvez em maior proporção, questões de natureza política”, afirmou Almeida.

Questões de Saúde Mental e Natureza Política: Um Debate Necessário

O ministro alertou para a relação entre saúde mental, política e a propagação de mentiras e ódio nas redes sociais. Ele ressaltou que a irresponsabilidade das empresas e a disseminação de conteúdos prejudiciais têm impactos profundos nas famílias e na vida social saudável.

“A irresponsabilidade das empresas que regem as redes sociais diante de conteúdos que outros irresponsáveis e mesmo criminosos (alguns envolvidos na politica institucional) nela propagam tem destruído famílias e impossibilitado uma vida social minimamente saudável. Por isso, volto ao ponto: a regulação das redes sociais torna-se um imperativo civilizatório, sem o qual não há falar-se em democracia ou mesmo em dignidade. O resto é aposta no caos, na morte e na monetização do sofrimento”, completou o chefe da pasta.

O Caso Jessica Canedo: Uma Tragédia Impulsionada por Fake News

Na última semana, páginas de fofoca, incluindo a Choquei, divulgaram prints de uma suposta conversa entre Jessica e o humorista Whindersson Nunes. Embora desmentida por Whindersson, a informação circulou o suficiente para causar danos morais. Jessica compartilhou suas lutas com saúde mental em stories, revelando um ano difícil em sua vida.

Resposta da Choquei e o Compromisso com a Legalidade:

A Choquei, através de sua assessoria jurídica liderada pela ex-BBB Adélia de Jesus Soares, lamentou profundamente o ocorrido e esclareceu que as publicações foram feitas com base em dados disponíveis no momento, dentro dos limites legais e éticos. A nota reforça o compromisso do perfil com a legalidade, responsabilidade e ética na divulgação de informações.

“Lamentamos profundamente o ocorrido e nos solidarizamos com os familiares e todos os afetados pelo triste acontecimento. Reforçamos nosso compromisso em agir com diligência e responsabilidade. O perfil Choquei (@choquei), por meio de sua assessoria jurídica, vem esclarecer aos seus seguidores e amigos que não ocorreu qualquer irregularidade na divulgação das informações prestadas por esse perfil. Cumpre esclarecer que não há responsabilidade à ser imputada pelos atos praticados, haja vista a atuação mediante boa-fé e cumprimento regular das atividades propostas. Em relação aos eventos que circulam nas redes sociais e que foram associados a um trágico evento envolvendo a jovem Jéssica Vitória Canedo, queremos ressaltar que todas as publicações foram feitas com base em dados disponíveis no momento e em estrito cumprimento das atividades habituais decorrentes do exercício do direito à informação. O compromisso deste perfil sempre foi e será com a legalidade, responsabilidade e ética na divulgação de informações dentro dos limites estabelecidos na Constituição Federal, em especial no art. 5º, inciso IX. Por fim, reafirmamos nosso respeito pela intimidade, privacidade, bem-estar e pela integridade”, afirma a nota.