Ele já sabia!

Bolsonaro sabia da precisão das pesquisas e tramava golpe, revela vídeo

Ex-presidente admitia em reunião com ministros que Lula venceria e articulava ações contra o STF e TSE.

O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: reprodução
O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: reprodução

Rio de Janeiro, 08 de fevereiro de 2024 – Uma gravação de uma reunião realizada em 5 de julho de 2022, apreendida na residência de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, revela que o ex-presidente sabia da precisão das pesquisas eleitorais e reconhecia que o vencedor das eleições de 2022 deveria ser Lula (PT).

Na gravação, Bolsonaro admite que as pesquisas estavam corretas e que Lula ganharia no primeiro turno. “E a gente vê que o Data Folha continua … é … mantendo a posição de 45% e, por vezes, falando que o Lula ganha no primeiro turno. Eu acho que ele ganha, sim. As pesquisas estão exatamente certas”, afirma Bolsonaro.

O que você precisa saber:

  • Bolsonaro sabia que pesquisas estavam certas e Lula ganharia.
  • Reunião com aliados tinha como objetivo promover a desinformação e ataques à Justiça Eleitoral.
  • Bolsonaristas se dividiram em seis núcleos para articular tentativa de golpe contra o STF e TSE.
  • Moraes destaca gravidade do conteúdo encontrado: “dinâmica golpista no âmbito da alta cúpula do governo”.

Reunião golpista:

A reunião, que contou com a participação dos então ministros Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (GSI), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa) e Walter Braga Netto (ex-Casa Civil), tinha como objetivo promover a desinformação e ataques à Justiça Eleitoral.

Os bolsonaristas se dividiram em seis núcleos para articular uma tentativa de golpe contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Ataques à Justiça Eleitoral:

No vídeo, Anderson Torres, então Ministro da Justiça, reforçou os ataques à credibilidade do sistema eleitoral, afirmando que “o outro lado joga muito pesado, senhores” e fazendo ilações sem provas, relacionando o PT ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

Infiltração da Abin:

Já o então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, mencionou conversas sobre a infiltração de agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) nas campanhas eleitorais, destacando a necessidade de antecipar as ações golpistas.

“Soco na mesa”:

“Não vai ter revisão do VAR. Então, o que tiver que ser feito tem que ser feito antes das eleições. Se tiver que dar soco na mesa é antes das eleições. Se tiver que virar a mesa é antes das eleições”, disse Heleno na reunião, segundo a PF.

“Agir contra instituições”:

Bolsonaro também sugere que ações enérgicas fossem tomadas antes das eleições, indicando que chegaria um momento em que não seria mais possível falar, mas apenas agir contra instituições e pessoas.