Direto de Tel Aviv

Jornalista brasileira que vive em Israel relata medo e tensão com invasão do Hamas

Vários israelenses, civis e soldados, foram sequestrados e levados pra Gaza.

Hamas quebra o muro vigiado entre Gaza e Israel
Foto: Reprodução

Israel amanheceu neste sábado, 7 de outubro, sob forte ataque do Hamas, da Faixa de Gaza contra Israel. A jornalista Daniela Kresch, correspondente do Instituto Brasil-Israel (IBI) no país e moradora de Tel Aviv, relata o momento de extrema tensão e medo pelo qual passam os israelenses:

“É um ataque diferente de todos que já aconteceram antes, é o primeiro ataque que acontece simultaneamente por ar e por terra. O Hamas lançou milhares de foguetes não apenas ao Sul,mas também ao norte e ao centro do país, incluindo Jerusalém. Hamas também cruzou as fronteiras com seus terroristas e invadiram diversas comunidades israelenses que ficam na fronteira com Gaza, em Kibutzim, pequenos vilarejos, onde entraram pelas ruas, batendo nas portas e sequestrando cidadãos, incendiando casas e ocupando a região com brutal violência”, relata Daniela.

“A ação do Hamas é algo que não me recordo de ter acontecido antes, nem em 1973, quando na mesma época, há exatos 50 anos, em 6 de outubro, houve a Guerra de Yom Kippur. A situação nos arredores da Faixa de Gaza é pior do que nessa guerra. Talvez, se assemelhe ao cenário da Guerra da Independência, em 1948”, destaca a correspondente do IBI.

Por enquanto, os números oficiais informam 22 mortos e mais de 250 feridos. Vários israelenses, civis e soldados, foram sequestrados e levados pra Gaza. Vídeos que estão circulando nas mídias sociais palestinas mostram linchamentos e violência. “Terrível. E sabemos que esses números aumentam a cada momento. Israel está começando a retaliar, mas a preparação em termos de inteligência e preparação para pronta-resposta foi muito ruim e está sendo bastante criticada aqui dentro do país. A tensão toma conta de todos nós, mesmo de quem está fora de Gaza, principalmente porque sabe-se que vários terroristas armados seguem nos arredores e os israelenses enfrentam um medo que não lembro de ter vivido antes”, ressalta Daniela.