Sem data definida

STF suspende julgamento sobre descriminalização do porte de drogas

Pedido de vista do ministro Dias Toffoli adia decisão crucial

STF suspende julgamento sobre descriminalização do porte de drogas
Foto: Pixabay

Na última quarta-feira (6), o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu o julgamento sobre a descriminalização do porte de drogas, com foco especial na maconha para uso pessoal.

O ministro Dias Toffoli solicitou mais tempo para analisar o caso, interrompendo uma análise que, até então, registrava 5 votos a favor da descriminalização e 3 contra.

A retomada da discussão ainda não tem data definida, prolongando um impasse iniciado em agosto do ano anterior.

O que você precisa saber:

  • A análise foi suspensa pelo ministro Dias Toffoli, com pedido de vista.
  • Antes da interrupção, 5 ministros votaram a favor da descriminalização.
  • O julgamento estava paralisado desde agosto devido a pedido semelhante do ministro André Mendonça.
  • A votação atualmente se concentra na descriminalização do porte de maconha para uso pessoal.

Ministros expressam posicionamentos distintos: André Mendonça e Nunes Marques se manifestam contra a descriminalização

O ministro André Mendonça, ao votar contra a descriminalização, argumentou que a questão deveria ser abordada pelo Congresso, destacando a falta de clareza sobre as autoridades administrativas e as consequências práticas da medida. Nunes Marques, por sua vez, divergiu da maioria, enfatizando a suposta falta de consistência jurídica no questionamento da criminalização.

Votos pró-descriminalização se limitam à maconha: Definição de quantidade para uso pessoal em debate

Inicialmente, o julgamento abordava a possibilidade de descriminalização do porte de qualquer droga para uso pessoal. No entanto, os votos proferidos indicam uma tendência de restringir a medida apenas à maconha. Há uma maioria em favor da fixação de uma quantidade específica para caracterizar uso pessoal, estimada entre 25 e 60 gramas ou seis plantas fêmeas de cannabis.

Intervenção de Alexandre de Moraes destaca implicações práticas: Flagrante e limites para o uso

O ministro Alexandre de Moraes ressaltou as implicações práticas de uma decisão favorável à descriminalização, destacando que a polícia não poderia mais entrar em domicílios por flagrante relacionado ao porte de maconha para uso próprio. Além disso, salientou que certos locais, como cinemas, poderiam permitir o consumo da substância.

Esclarecimento do presidente do STF sobre a legalização: Luís Roberto Barroso enfatiza não se tratar de legalização

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, esclareceu no início da sessão que a discussão não envolve a legalização das drogas, mas sim a definição da quantidade que não caracteriza tráfico. Barroso reforçou a importância do combate ao tráfico de drogas, ressaltando que a lei já estabelece que usuários não devem ser presos.

Entenda o caso: Análise da constitucionalidade do Artigo 28 da Lei das Drogas

O Supremo avalia a constitucionalidade do Artigo 28 da Lei das Drogas, que diferencia usuários de traficantes, estabelecendo penas alternativas para os primeiros. A lei, de 2006, aboliu a pena de prisão para usuários, mas manteve a criminalização. A quantidade de drogas que não configura tráfico é o ponto central do julgamento.