“Cora do Rio Vermelho”, sobre Cora Coralina estreia no Rio de Janeiro

O espetáculo que faz um passeio pela vida e a obra da poeta, contista e doceira, faz apresentação única, no dia 13 de maio, no Imperator, no Méier

O elogiado monólogo “Cora do Rio Vermelho”, com a atriz Raquel Penner, está de volta ao Rio de Janeiro, em apresentação única, dia 13 de maio, no Imperator – Centro Cultural João Nogueira, equipamento vinculado à Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, no Méier. A peça, sucesso de crítica em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, retorna à cidade após esgotar ingressos em Belo Horizonte, levar mais de 1.200 pessoas ao teatro em Uberlândia e encantar o público em Tiradentes e Juiz de Fora. Com dramaturgia de Leonardo Simões e direção de Isaac Bernat, o espetáculo faz um passeio pela vida e a obra da poeta, contista e doceira Cora Coralina, com textos e poemas que falam sobre a força feminina e a alma da mulher brasileira. A montagem propõe uma relação de cumplicidade entre a atriz e a plateia, com momentos intimistas e divertidos.

O retorno para o Rio faz parte do projeto “Cora do Rio Vermelho Visita Minas Gerais”, selecionado na chamada do programa Petrobras Cultural Múltiplas Expressões e tem o Patrocínio Master da Petrobras. O projeto conta com o incentivo fiscal da Lei Federal de Incentivo à Cultura. No início desta apresentação, haverá notas introdutórias com informações para ampliar a acessibilidade das pessoas com deficiência visual. Após o espetáculo, ocorrerá um bate-papo com a plateia.   

“Cora do Rio Vermelho” nasceu da vontade da atriz Raquel Penner montar seu primeiro monólogo. Para ter ideias, ela começou a anotar frases, desejos e pensamentos soltos que, frequentemente, falavam sobre a universo da mulher brasileira. Ao reler a obra de Cora Coralina, percebeu que a poesia e os contos da escritora e doceira goiana iam justamente de encontro à sua inquietação artística.

A atriz diz que esse se trata de um trabalho “forte e delicado”, assim como a escrita da poeta. “Cora Coralina foi uma mulher múltipla e libertária. Removeu pedras e abriu caminhos para outras mulheres. Há pouco mais de 10 anos, tive meu primeiro encontro com ela, em uma exposição no CCBB RJ. Fiquei encantada por aquela senhora do interior do Brasil que falava firme e cantado, fazia doces e escrevia poesia, celebrava a vida e a simplicidade. Quando a reencontrei, a partir de um livro do Drummond, percebi que tudo o que eu queria dizer no palco estava ali”, lembra Raquel.

Pseudônimo de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, Cora Coralina (1889 – 1985) é considerada uma das mais importantes escritoras brasileiras. Nascida na cidade de Goiás, ela viveu mais de quatro décadas em São Paulo. Apesar de escrever seus versos desde a adolescência, ganhava a vida como doceira, e seu primeiro livro só foi publicado em junho de 1965, quando tinha quase 76 anos de idade. Escreveu sobre os lugares onde viveu, as pessoas com as quais se relacionou e a natureza que observava.

“Quando Raquel me convidou para dirigir “Cora”, meu coração se encheu de alegria. Há anos, uma das célebres frases da poeta conduz o meu comportamento artístico e profissional: ‘Todo trabalho é digno de ser bem-feito.’ E esta mesma frase também orienta o que espero e procuro oferecer às pessoas. Como bem disse Carlos Drummond de Andrade: ‘Na estrada que é Cora Coralina passam o Brasil Velho e o atual, passam as crianças e os miseráveis de hoje. O verso é simples, mas abrange a realidade vária’”, celebra o diretor Isaac Bernat.

A dramaturgia reúne passagens de sua vida e diversos poemas retirados dos livros “Vintém de cobre – meias confissões de Aninha”; “Meu Livro de Cordel”; “Villa Boa de Goyaz”; e “Poemas dos becos de Goiás e estórias mais”. “A partir de um recorte sensível de obras feito pela Raquel e com a toada poética de Cora, busquei nessa abordagem teatral uma geografia de sensibilidade e memórias, uma paisagem sonora que a atriz observa e traduz a partir do simbólico quarto de escrita, mesclada aos seus fazeres de doçura”, explica o autor Leonardo Simões.

Ao longo da encenação, aparecem algumas músicas populares, unindo vozes femininas de cantoras-atrizes do cenário teatral brasileiro: Aline Peixoto, Chiara Santoro, Clara Santhana, Cyda Moreno e Soraya Ravenle. Em “Cora do Rio Vermelho” (o título se refere ao rio que banha Goiás), a atriz se torna uma contadora de histórias atravessada pelo amor e pela entrega que Cora dedicou a sua tradição e a sua gente.

Além das temporadas de sucesso, o projeto realizou a oficina “Frutos da Terra”, inspirada na figura do griot africano SotiguiKouyaté, com o diretor Isaac Bernat e registrada por Ricardo Lyra Jr. Esse material dará origem a um documentário, que será exibido em julho no canal do projeto no Youtube.

Ficha Técnica

Idealização e atuação: Raquel Penner

Direção: Isaac Bernat

Dramaturgia: Leonardo Simões

Produção executiva: Clarissa Menezes

Cenografia, Figurino e Produção de objetos: Dani Vidal e Ney Madeira – Ney Madeira Produções Artísticas

Cenotécnico: André Salles

Tingimento, Bordado e Tratamento de objeto: Dani Vidal e Ney Madeira

Costureira: Aureci da Cunha Rocha

Costureira de cenário: Alessandra Valle

Pintura de arte: Paulo Campos

Carpinteiro: Paulo Sá

Montagem de cenário e luz: Wellington Fox

Iluminação: Ana Luzia de Simoni

Montagem e operação de luz: Bruno Henrique Caverninha

Direção Musical e Trilha Sonora: Aline Peixoto

Percussão: Fabiano Salek

Vozes: Aline Peixoto, Chiara Santoro, Clara Santhana, Cyda Moreno e Soraya Ravenle

Operação de som: Rafa Barcelos

Músicas:

“Aponte” (Lan Lanh/Nanda Costa/ Sambê)

“Maria, Maria” (Milton Nascimento)

“Simplicidade” (Jaime Alem)

Visagismo: Mona Magalhães

Direção de movimento: Luiza Vieira (cenas “Mãos” e “Todas as vidas dentro de mim”)

Fotografias e Designer gráfico: Bianca Oliveira – Estúdio da Bica

Mídias sociais e Planejamento de divulgação: Bianca Carril

Filmagem: Ricardo Lyra Jr.

Assessoria de Imprensa: Andrea Pessoa e Rachel Almeida (Racca Comunicação)

Realização: Núcleo de Ensino e Pesquisa de Artes Cênicas – NEPAC

Serviço

Cora do Rio Vermelho

Data: 13 de maio

Imperator – Centro Cultural João Nogueira:  Rua Dias da Cruz, 170 – Méier

Dias e horários: sábado, às 19h.

Ingressos: R$ 40 (inteira), R$ 20 (meia-entrada)

Duração: 55 minutos

Lotação: 751 lugares

Link para ingressos: https://showpass.com.br//evento/639/Cora_do_Rio_Vermelho

Classificação Etária: 10 anos

Redes: Instagram: @coradoriovermelho