Luiz Solano toma posse como presidente da Abrajet/DF - A volta dos cassinos - O Rio pontifica

A convite do presidente da Abrajet Nacional (Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo), Evandro Novak (SC), o jornalista Luiz Solano (foto) tomará posse como presidente da Abrajet/DF no próximo dia 18, às 16 horas, na Associação Comercial do DF (ACDF), da qual é diretor

BRASÍLIA, 1 DE DEZEMBRO DE 2020 – A convite do presidente da Abrajet Nacional (Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo), Evandro Novak (SC), o jornalista Luiz Solano (foto) tomará posse como presidente da Abrajet/DF no próximo dia 18, às 16 horas, na Associação Comercial do DF (ACDF), da qual é diretor. Oito jornalistas comporão a diretoria da Abrajet/DF, entre os quais o repórter que assina este artigo. Além de atuar pelos interesses do setor de turismo do Distrito Federal e Entorno, a Abrajet/DF também transitará na área federal, com foco, neste momento, no mais importante projeto nacional de turismo, que é a legalização de cassinos, bingos, caça níquel e jogo do bicho, ora em debate no Senado da República.

Luiz Solano é membro da Academia de Letras e Artes do Planalto e do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal. Pioneiro em Brasília, foi decano dos jornalistas no Palácio do Planalto e no Congresso Nacional. Atualmente, cobre o dia a dia de Brasília para várias emissoras de rádio e sites, acompanhando os principais fatos que acontecem nos bastidores do Palácio do Planalto, ministérios, Congresso Nacional e demais órgãos federais sediados em Brasília.

Fundada em 29 de janeiro de 1957, no Rio, por um grupo de jornalistas e escritores, a Abrajet tem hoje seccionais em quase todo o Brasil, mobilizando cerca de 350 jornalistas, que atuam em jornais, revistas, TVs, rádios, portais, sites, blogues e assessorias de imprensa de órgãos públicos ou empresas do setor de turismo, contribuindo para com o desenvolvimento do segmento no país.

Os jogos de azar foram proibidos no Brasil pelo decreto-lei 9.215, de 30 de abril de 1946, assinado pelo presidente Eurico Gaspar Dutra, sob o argumento de que são degradantes. Sabe-se que a esposa de Dutra, Carmela Teles Leite Dutra, devota da Igreja Católica, exercia forte influência sobre seu marido.

O fato é que a legalização do chamado jogo de azar tem o potencial de gerar renda de 50 bilhões de reais ao ano para o governo, dinheiro que poderá ser utilizado no Renda Cidadã e na Segurança Pública, além de gerar 700 mil empregos diretos e outros 600 mil indiretos. O Senado Federal já analisa proposta de legalizar o jogo de azar e deverá votar a matéria em plenário no primeiro semestre de 2021. O principal projeto em discussão é o do senador Ciro Nogueira (PP-PI), o PLS 186/2014, que autoriza a exploração de “jogos de fortuna”, on-line ou presenciais, em todo o território nacional.

Pelo substitutivo do senador licenciado Benedito de Lira (PP-AL), a regulamentação contempla o jogo do bicho, vídeo-bingo e videojogo, bingos, cassinos em complexos integrados de lazer, apostas esportivas e não esportivas e cassinos on-line. Segundo o texto, o credenciamento para exploração do jogo de bingo e vídeo-bingo terá prazo de 20 anos, renovável por igual período, e será de responsabilidade dos estados; os cassinos terão validade de 30 anos, podendo ser renovada por sucessivos períodos.

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, estão esperançosos de que o projeto seja aprovado e passe a ser uma realidade.

A proposta foi aprovada em 2019 pela Comissão Especial de Desenvolvimento Nacional, que poderia decidir de forma terminativa, mas houve um requerimento para que fosse votada antes na Comissão de Constituição e Justiça, onde a maioria dos senadores a rejeitou, seguindo a posição do senador Randolfe Rodrigues (Rede/AP), que apresentou voto em separado pela rejeição, argumentando que o projeto é permissivo, amplo e carente de qualquer mecanismo de controle do Estado, o que poderia facilitar lavagem de dinheiro, sonegação de impostos e evasão de receita. Para ele, jogo de azar teria “nefasto” impacto psíquico e sociofamiliar sobre o jogador contumaz e não produziria aumento de receita tributária nem fomentaria o turismo no Brasil.

Para o senador Benedito de Lira, “é justamente a legalização dos jogos de fortuna que acabará com os jogos clandestinos. Tornar transparente essa atividade em muito ajudará no combate à lavagem de dinheiro. A legalização também permitirá atendimento aos viciados em jogos que na clandestinidade de hoje não possuem saída alguma. Se chegar hoje em São Paulo você vai encontrar muitas casas de bingo lotadas. Lavagem de dinheiro existe hoje porque tudo é feito às escondidas”.

Para o senador Ciro Nogueira existe uma “cortina de fumaça”, como se o jogo já não fosse uma realidade: “O Brasil hoje é um dos países em que mais se joga no mundo. O mercado clandestino movimenta cerca de R$ 20 bilhões por ano”.

Hoje, o Brasil tem uma dívida pública de 90% do produto interno bruto (PIB), o vírus chinês pela frente e jogatina do Oiapoque, no estado de Randolfo Rodrigues, ao Chuí.

A regularização do jogo de azar é discutida há quase três décadas no Congresso. Haverá sempre quem ache que o jogo é um pecado mortal. O fato é que é legal tanto em democracias como os Estados Unidos e até em ditaduras totalitárias, como em Macau, na China.

Segundo o projeto em discussão, estados com até 15 milhões de habitantes poderão ter um cassino, com licença para 30 anos; estados com entre 15 e 25 milhões poderão ter dois cassinos; e estados com mais de 25 milhões poderão ter três cassinos. Na Bahia, as cidades candidatas são Salvador e Porto Seguro. Em Santa Catarina, Camboriú. Em São Paulo, São Paulo. Em Minas Gerais, Belo Horizonte. No estado do Rio de Janeiro, o Rio, Petrópolis e Angra dos Reis.

O prefeito Fernando Jordão (MDB), de Angra dos Reis, já até começou a se mexer para flexibilizar leis ecológicas que mais entravam o desenvolvimento do que conservam o meio ambiente e receber um cassino.

O caso de Angra é especial. Paradisíaca, Angra fica no sul do estado do Rio de Janeiro, com área de 816,3 quilômetros quadrados, continental e insular, com 365 ilhas, a maior delas a Ilha Grande. Sua população é de 207 mil habitantes. Faz divisa com os municípios fluminenses de Rio Claro, Mangaratiba e Paraty, onde é realizada anualmente a Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip; e com os municípios paulistas de Bananal e São José do Barreiro.

Antes da chegada dos europeus, era habitada pelos tupinambás. Uma expedição portuguesa comandada por Gonçalo Coelho chegou à região em 6 de janeiro de 1502. Como era o dia da visita dos Três Reis Magos ao menino Jesus batizaram-na de Angra dos Reis, mas só começaram a colonizar a região a partir de 1556, com o nome de Vila dos Três Santos Reis, depois Vila de Angra dos Reis e finalmente Angra dos Reis.

Com mais de 2 mil praias em mar cor de esmeralda, Angra dos Reis é, provavelmente, a mais paradisíaca paisagem da Terra. Suas águas são tépidas, as areias brancas e finas, há sol praticamente o ano todo, a temperatura é tropical e não há cataclismos na região. A comida é saborosa, brasileira, e a cultura é rica, um cadinho étnico com três elementos: o europeu, o indígena e o africano.

E Angra fica por estrada, 152 quilômetros,  a duas horas do Rio, a cidade mais bonita do mundo, vitrine cultural e maior destino turístico internacional no Brasil, na América Latina e em todo o Hemisfério Sul. Segunda maior metrópole do país, com mais de 6,7 milhões de habitantes, está atrás somente de São Paulo. É a cidade brasileira mais conhecida no exterior, a Cidade Maravilhosa.

O Pão de Açúcar, o morro do Corcovado com a estátua do Cristo Redentor, as praias dos bairros de Copacabana, Ipanema e Barra da Tijuca, entre outras, o réveillon de Copacabana, o carnaval carioca, a bossa nova, o samba etc. etc. etc., fazem do Rio um espetáculo permanente.

Foi capital da colônia portuguesa do Estado do Brasil (1763-1815), do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1815-1822), do Império do Brasil (1822-1889) e da República dos Estados Unidos do Brasil (1889-1960), quando a sede do governo foi transferida para a nascente Brasília e foi transformada em cidade-estado, Guanabara, até 1975, quando se tornou a capital do estado do Rio de Janeiro.

Segundo a Wikipédia, a Baía de Guanabara foi descoberta pelo explorador português Gaspar de Lemos, em 1 de janeiro de 1502. O litoral do estado era habitado por índios do tronco linguístico macro-jê há milhares de anos. Por volta do ano 1000, a região foi conquistada por povos de língua tupi procedentes da Amazônia. Um desses povos, os tamoios, também conhecidos como tupinambás, ocupava a região ao redor da Baía de Guanabara quando os portugueses chegaram à região no século XVI.

Em 1 de novembro de 1555, franceses, capitaneados por Nicolas Durand de Villegagnon, apossaram-se da Baía da Guanabara, estabelecendo-se na ilha de Sergipe, atual Villegagnon, onde ergueram o Forte Coligny e consolidaram aliança com os índios tupinambás. Em 1 de março de 1565, tropas vindas da Bahia, sob o comando de Estácio de Sá, desembarcaram num istmo entre o Morro Cara de Cão e o Morro do Pão de Açúcar, hoje, Urca, de onde continuaram a lutar contra os franceses. Em janeiro de 1567, Estácio de Sá venceu finalmente o invasor.

A povoação na Urca foi transferida para o antigo Morro do Castelo, no atual centro da cidade, e removido em 1922 como parte de uma reforma urbanística.

Mas foi graças a um francês, Napoleão Bonaparte, que o Rio de Janeiro, e o Brasil, se desenvolveram. Bonaparte invadiu Portugal, mas antes que isso acontecesse, em 1808, a corte portuguesa se mandou para o Rio de Janeiro. Aí a história da cidade mudou de rumo.

Se o litoral do Rio tem 197 quilômetros de extensão, com mais de cem ilhas, imaginem o estado do Rio de Janeiro. Situado na Região Sudeste e se limitando ao norte e noroeste com Minas Gerais, a nordeste com o Espírito Santo, a sudoeste com São Paulo e a leste e sul com o oceano Atlântico, com área de 43.780,172 quilômetros quadrados e mais de 17 milhões de habitantes.

Além da Cidade Maravilhosa e de Angra dos Reis, o litoral do estado, com 636 quilômetros de extensão, é uma lindeza só, como, por exemplo, Armação dos Búzios e Cabo Frio. Se não bastasse, ainda há as cidades nas montanhas, como Petrópoles.

E para terminar este artigo, um pouco de curiosidade. Carioca é o gentílico da cidade do Rio de Janeiro. Mas os fluminenses, gentílico do estado, gostam também de serem chamados de cariocas. Esse adjetivo começou a ser usado durante o período colonial, do século 16 ao século 18. Os nascidos na capitania do Rio de Janeiro eram conhecidos por carioca devido ao rio Carioca, de onde a população se abastecia de água potável.

O rio Carioca é um riacho que nasce na Floresta da Tijuca, passa pelos bairros de Cosme Velho, Laranjeiras, Catete e deságua na Baía de Guanabara, na Praia do Flamengo, junto à estação de tratamento de efluentes. Atualmente, a maior parte de seu curso é subterrânea.

A partir de 1783, por decreto de D. Luiz de Vasconcelos, vice-rei do Brasil, foi criado novo gentílico, “mais civilizado”, para o Rio de Janeiro: “fluminense”, do latim “flumen”, que significa “rio”.

Mas o nobre espanhol Dom Juan Francisco de Aguirre, que visitou o Rio de Janeiro em março de 1782, registrou que os naturais do Rio de Janeiro passaram a ser apelidados de “cariocas” devido ao seu deslumbramento com o Aqueduto da Carioca: “Foi esse deslumbre pelo seu aqueduto que fez com que os naturais desta cidade ficassem conhecidos como cariocas, nome da fonte de onde vem a água que abastece a região. Logo que estabelecem contato com um europeu, os cariocas apressam-se em dizer-lhe que essa água tem o poder de enfeitiçá-lo e de fazê-lo fixar residência na cidade”.

Segundo a Wikipédia, “em 1834, através do Ato Adicional à Constituição de 1824, o município do Rio de Janeiro se separou da Província do Rio de Janeiro para constituir o Município Neutro, com administração vinculada diretamente à corte imperial brasileira. Como carioca é um termo indígena, os membros da Corte optaram por intitularem-se fluminenses, tendo o termo carioca sobrevivido pelo uso popular, principalmente nas demais províncias do Império do Brasil”.

Ainda a Wikipédia: “Em 1891, após a Proclamação da República do Brasil, que ocorreu em 1889, o Município Neutro transformou-se no Distrito Federal e a província do Rio de Janeiro no estado do Rio de Janeiro. Em 1960, com a mudança da capital do país para Brasília, o antigo Distrito Federal tornou-se o estado da Guanabara, que adotou então oficialmente a designação carioca pela primeira vez para os habitantes do novo estado.

“Com a fusão do estado da Guanabara com o estado do Rio de Janeiro, em 1975, o então estado da Guanabara passou a integrar o atual estado do Rio de Janeiro. Oficialmente, optou-se por fluminense como gentílico oficial do novo estado, reduzindo-se o gentílico carioca a gentílico municipal. Contudo, a maioria dos habitantes do estado do Rio de Janeiro prefere a designação carioca, especialmente na Região Metropolitana, Costa Verde e Região dos Lagos, de modo que desde 2000 o movimento Somos Todos Cariocas busca o reconhecimento de carioca como gentílico oficial do estado do Rio de Janeiro”.

O termo “carioca” tem origem tupi, “casa de homem branco”, pela junção de kara’iwa ou kari (homem branco) e oka (casa). Mas há controvérsias, porque não há qualquer registro de que os indígenas chamassem os europeus de “cari”.

Segundo o livro O Rio Antes do Rio, de Rafael Freitas da Silva, carioca é o nome de uma antiga aldeia tupinambá que existia no sopé do Outeiro da Glória, em uma das duas fozes do rio Carioca, no hoje bairro da Glória. A aldeia se chamava Kariók ou Karióg e foi mencionada pelo escritor francês Jean de Léry, que fez parte da expedição francesa que criou a França Antártica na região, no século 16. Segundo esta versão, carioca seria a fusão dos termos tupis kariîó (índio carijó) e oka (casa), casa de índio carijó”.

Também no século 16, os índios tupinambás teriam apelidado os portugueses de akari (peixe cascudo), por causa das armaduras dos portugueses. Na segunda expedição portuguesa à Baía de Guanabara, em 1503-1504, comandada por Gonçalo Coelho, foi construída, pelos portugueses, em uma das desembocaduras do rio Carioca, na atual Praia do Flamengo, uma casa de pedra que os índios tamoios chamaram de akari oka, “casa de homem branco”, desativada por Cristóvão Jaques, em 1516.

Havia uma tribo chamada carioca. Felisbello Freire, na sua obra História Territorial do Brazil, menciona duas tribos em guerra na localidade baiana de Toco: os Mungurus e os Cariocas.

Ainda segundo a Wikipédia, o Dicionário Aurélio indica a existência de uma etnia indígena denominada “carii”, que habitava a região da atual cidade de Niterói. Conforme esta versão, “carioca” poderia significar “casa de carii” (cariioka).

Seja lá como for, mesmo com cinco governadores do estado do Rio presos nos últimos três anos, por corrupção, e o atual afastado do cargo, também acusado de corrupção, o carioca não deixa de ter orgulho da sua história e da sua geografia abençoada por Deus.

Com a Wikipédia