Ministro de Bolsonaro diz que mortes por cloroquina na pandemia superam 17 mil

Ex-ministro da Saúde afirma que número de vítimas pode ser bem maior

Nelson Teich, ex-ministro da Saúde no governo de Jair Bolsonaro (PL). Foto: Evaristo Sa/AFP
Nelson Teich, ex-ministro da Saúde no governo de Jair Bolsonaro (PL). Foto: Evaristo Sa/AFP

Nelson Teich, ex-ministro da Saúde, afirmou neste domingo (7) que o número de mortos por uso de cloroquina no tratamento da Covid-19 é maior do que os 17 mil apontados em um estudo publicado na revista “Biomédicine et Pharmacotherapy” na última terça-feira (2).

O que você precisa saber:

  • Estudo aponta para cerca de 17 mil mortes causadas pela cloroquina no tratamento da Covid-19, em pacientes hospitalizados, no período de março a agosto de 2020, em 6 países.
  • Ex-ministro da Saúde Nelson Teich afirma que número de vítimas pode ser bem maior.
  • Uso de medicamentos sem comprovação de eficácia e que apresentam risco de morte por efeitos colaterais é um problema, muitas vezes difícil de ser mensurado.

O estudo publicado na revista “Biomédicine et Pharmacotherapy” analisou dados de pacientes hospitalizados com Covid-19 em seis países (Bélgica, França, Itália, Espanha, Turquia e Estados Unidos). Os pesquisadores concluíram que o uso de hidroxicloroquina, um derivado da cloroquina, foi associado a um excesso de 16.990 mortes.

Teich, que ocupou o cargo de ministro da Saúde de abril a junho de 2020, disse que o número de vítimas pode ser ainda maior se for considerado o uso ambulatorial da cloroquina, que é mais comum.

“O estudo avaliou apenas pacientes hospitalizados, mas a cloroquina foi amplamente utilizada de forma ambulatorial também, o que pode aumentar ainda mais o número de mortes”, afirmou o ex-ministro.

Ele também destacou que o uso de medicamentos sem comprovação de eficácia e que apresentam risco de morte por efeitos colaterais é um problema, muitas vezes difícil de ser mensurado.

“A tomada de decisão sobre a incorporação, liberação ou recomendação de um medicamento ou tecnologia é algo complexo, principalmente em um momento crítico, tenso, politizado, instável e cercado por grande incerteza”, disse Teich.

Conclusão:

O caso da cloroquina é um exemplo da importância de uma avaliação rigorosa de medicamentos e tecnologias antes de sua incorporação no sistema de saúde. É preciso considerar não apenas a eficácia, mas também os riscos associados ao uso.