Ação Federal

Governo vai ampliar a presença federal em apoio à segurança do Rio de Janeiro

Um plano envolvendo ações do Ministério da Justiça e das Forças Armadas será apresentado ao presidente Lula na próxima semana

Inteligência, tecnologia e descapitalização estão entre as apostas para auxiliar o governo do Rio no combate ao tráfico, antecipou Flávio Dino. Foto: Tom Costa / MJSP
Inteligência, tecnologia e descapitalização estão entre as apostas para auxiliar o governo do Rio no combate ao tráfico, antecipou Flávio Dino. Foto: Tom Costa / MJSP

Na tarde desta quarta-feira (25/10), o ministro da Casa Civil, Rui Costa, se reuniu com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, o ministro da Defesa, José Múcio, e os comandantes das Forças Armadas para discutir ações de segurança direcionadas ao estado do Rio de Janeiro. Uma série de encaminhamentos foi definida e a previsão é de que na próxima semana um plano completo seja apresentado ao presidente da república.
 

O ministro Flávio Dino antecipou que uma das vertentes estudadas é ampliar a presença das forças federais no Rio de Janeiro, mantendo o trabalho de cooperação e parceria com o governo estadual. “O problema do Rio de Janeiro abrange policiamento ostensivo, mas a questão central para vencer milícias e organizações criminosas envolve o conjunto no qual estamos trabalhando: inteligência, tecnologia e descapitalização”, pontuou Dino. A mobilização envolve efetivos da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, da Força Nacional e parcerias com polícias civis de outros estados.
 

Na última segunda-feira (23), 35 ônibus e um trem foram incendiados na Zona Oeste da capital fluminense por um grupo de criminosos em retaliação à morte de um miliciano, durante uma operação policial.
 

O entendimento de parceria e presença federal, ainda que a atribuição da segurança pública seja prerrogativa estadual, já havia sido indicado pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tanto no Conversa com o Presidente da terça-feira quanto no evento de lançamento do Conselho da Federação, nesta quarta. “O problema da violência no Rio de Janeiro, era muito fácil eu ficar vendo aquelas cenas que apareciam na televisão, que parecia a própria Faixa de Gaza, de tanto fogo e tanta fumaça, e dizer: ‘É um problema do Rio de Janeiro’. Não. É um problema do Brasil, é nosso, e temos que tentar encontrar a solução”, afirmou Lula.
 

ESTUDO – O ministro afirmou que há um estudo para fortalecimento de três áreas de competência federal, que será apresentado ao presidente na próxima semana. “Fronteiras terrestres, por exemplo, não necessariamente as divisas do Rio com outros estados, porque as divisas estão sendo objeto de atuação da Força Nacional e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Eu me refiro às fronteiras brasileiras, – porque isso é relevante para o tráfico de drogas e armas que atinge fortemente o sudeste -, portos relativos a região sudeste e aeroportos”, informou.
 

DESCAPITALIZAÇÃO – Para Dino, operar com estratégias a partir de mudanças que buscam o sequestro de bens, prisões de liderança, ações coordenadas e desarticulação do crime organizado é uma medida a longo prazo no aumento da segurança pública do Rio. “Este ano a nossa meta é chegar a R$ 3 bilhões de apreensões de facções criminosas, dez vezes mais do que foi apreendido no ano passado. Isso é combater o crime organizado”.
 

De acordo com Dino, uma proposta envolvimento das Forças Armadas ainda está sendo elaborada pelo Ministério da Defesa e deve ser apresentada ao presidente na próxima semana.