Zona Oeste

Fórum Meio Ambiente da Zona Oeste do Rio debateu Mosaico das Vargens

Entre os temas abordados estiveram unidades de conservação da natureza, planos de manejo e gestão ambiental da Baixada de Jacarepaguá

XXI FÓRUM DO MEIO AMBIENTE DA ZONA OESTE DEBATEU MOSAICO DAS VARGENS
Lopes, Lima e Caiado - Divulgação

O XXI Fórum de Meio Ambiente da Zona Oeste, realizado por HotéisRIO (Sindicato dos Meios de Hospedagem do Município) e ACIR (Associação Comercial e Industrial da Região do Recreio e Vargens), debateu nesta quarta-feira, dia 10, no eSuites Hotel Recreio Shopping, alternativas para a Área de Proteção Ambiental (APA) do Sertão Carioca e o Refúgio de Vida Silvestre (Revis) dos Campos de Sernambetiba que, juntas, formam o Mosaico das Vargens.

Entre os temas abordados estiveram unidades de conservação da natureza, planos de manejo e gestão ambiental da Baixada de Jacarepaguá. Estiveram presentes o subprefeito da Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e Vargens, Raphael Lima, e o presidente da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, Carlo Caiado, entre outros.

Para Alfredo Lopes, presidente de HotéisRIO e Acir, o fórum é um espaço essencial de debate do desenvolvimento sustentável da região. “A Zona Oeste é um local privilegiado pela natureza, com paisagem marcada por belas lagoas. É, também, um dos principais locais de desenvolvimento da cidade, o que faz com que tenhamos que estar muito atentos para cuidar desse frágil habitat. Desta forma, torna-se nossa obrigação garantir que o crescimento aconteça de forma planejada e sustentável. Até porque é perfeitamente possível conjugar crescimento econômico com preservação do meio ambiente. Essa harmonia é essencial para as próximas gerações”.

O subprefeito da Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e Vargens, Raphael Lima, frisou a importância do trabalho da Prefeitura em parceria com o Governo do Estado. “Essa atuação coordenada rende bons resultados. No caso do mosaico das Vargens, efetuamos fiscalizações e conseguimos impedir a continuidade de aterramentos irregulares e a apreensão das máquinas que faziam este trabalho”.

De acordo com o presidente da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, Carlo Caiado, os desafios são diversos, não só na região, mas na cidade toda. “Infelizmente há um crescimento desordenado que precisa ser controlado. É preciso ter regras para que aconteça de forma adequada”. Caiado aproveitou a ocasião para dar a notícia de que a dragagem do Complexo Lagunar da Zona Oeste será feita pelo governo estadual. “É um sonho antigo que finalmente vai sair do papel”, comemorou, arrancando aplausos da plateia. 

Luiz Pedreira, gestor do Mosaico das Vargens, afirmou que são feitas fiscalizações rotineiras para preservar as áreas protegidas. “Somos responsáveis pelo controle de pouco mais de 300 hectares e, para cuidar dessa área, usamos desde drones a helicópteros. Somente no ano passado redigimos mais de 80 relatórios de vistoria, apontando danos ambientais. No entanto, precisamos fazer mais ou em breve sobrará muito pouco, estimo que não mais de 20 hectares”.

Para João Rosas, gerente de gestão das UC (Unidades de Conservação), um dos objetivos, além da preservação ambiental, é garantir a participação das populações locais na criação, implantação e gestão das UCs. “Buscamos apoio e cooperação de pessoas físicas e ONGs. Existem diversas oportunidades para que a sociedade civil participe diretamente. É possível adotar uma determinada área dentro de uma unidade de conservação e cuidar desde o projeto paisagístico ao manejo da vegetação, associando seu nome a esta recuperação”.

Segundo Ricardo Couto, assessor da subsecretaria de Meio Ambiente e Clima, outra forma de ajudar é participando da construção dos planos de manejo. “Sem esse plano as UCs ficam muito limitadas. Se antes a elaboração era dispendiosa e longa – às vezes demorava tanto que o plano ficava obsoleto diante das mudanças na cidade – hoje são elaborados em conjunto com a população dos territórios, nas oficinas participativas. São documentos menores, mais flexíveis e executáveis”.

No encerramento, o diretor da Acir, Marco Paes, lembrou que acompanha a questão ambiental da região desde 1995. “Morei 25 anos na Vila Autódromo e conheço bem esse debate. Termos um espaço como esse, onde representantes do poder público se encontram com a sociedade para discutir soluções é a prova de que a avançamos”.