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Defensoria Pública do Rio de Janeiro avalia impacto das operações policiais na Maré

Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos busca informações e cooperação para atender às demandas da comunidade

Defensoria Pública do Rio de Janeiro avalia impacto das operações policiais na Maré
Foto: Ag Brasil

O Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh) da Defensoria Pública do Rio de Janeiro está conduzindo uma avaliação do impacto das operações policiais na zona norte do Rio, especificamente no Conjunto de Favelas da Maré. Em busca de informações, o Nudedh realizou uma reunião com representantes de 16 associações de moradores e nove ministérios, visando coordenar ações para atender às demandas da comunidade.

Além disso, por meio de uma petição, o Nudedh solicitou à Justiça que encaminhasse ofícios às Secretarias estadual e municipal de Educação e de Saúde a fim de obter esclarecimentos sobre os prejuízos causados pelas operações policiais na Maré. A Defensoria Pública do Rio busca reunir dados sobre o impacto da violência nas escolas, estudantes e na saúde mental dos moradores das favelas da Maré, que sofreram interrupções de serviços públicos em decorrência das operações.

A subcoordenadora do Nudedh, defensora Maria Júlia Miranda, enfatizou a preocupação com a interrupção do funcionamento de escolas, unidades de saúde e até mesmo universidades federais durante operações policiais. Ela observou que as ações de repressão ao crime no território contaram com a participação das Polícias Civil e Militar do Estado do Rio de Janeiro, além de agentes da Força Nacional de Segurança Pública, da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Federal, o que resultou na suspensão de serviços essenciais.

A Defensoria questionou se as secretarias de educação e saúde foram previamente informadas sobre as operações e se adotaram medidas para proteger a vida e a integridade dos estudantes e usuários dos serviços na Maré. O Nudedh também busca informações sobre o impacto da violência na saúde mental dos moradores. De acordo com a ONG Redes da Maré, cerca de 13 mil alunos foram afetados pela interrupção das aulas, o que representa uma perda significativa de dias letivos.

O Nudedh comparou as operações na Maré com uma operação realizada pela Polícia Federal na Barra da Tijuca, onde não houve interrupção de serviços públicos. A Defensoria reforçou a importância de garantir a eficácia no combate ao crime organizado sem prejudicar os direitos dos moradores.

Em resposta, a Secretaria de Estado de Educação informou que duas escolas na região da Maré tiveram suas atividades suspensas preventivamente, afetando cerca de 850 alunos.

Além disso, o Nudedh acompanhou a ONG Redes da Maré em uma reunião com o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, em Brasília, para discutir as incursões das forças de segurança na Maré.