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Debate sobre armamento da Guarda Municipal do Rio gera controvérsia

Audiência pública discute a proposta de armar agentes da Guarda Municipal; opiniões divididas entre segurança e preocupação com abusos

Audiência pública na Câmara do Rio debate proposta de armamento da Guarda Municipal.
Audiência pública na Câmara do Rio debate proposta de armamento da Guarda Municipal.

Rio de Janeiro – A utilização de armas de fogo pelos agentes da Guarda Municipal do Rio de Janeiro foi o tema central de uma audiência pública na manhã desta quarta-feira (22), na Câmara do Rio. O encontro, promovido pela Comissão de Administração e Assuntos Ligados ao Servidor, presidida pelo vereador Jorge Felippe (PP), reuniu diversas opiniões sobre a medida, incluindo posicionamentos favoráveis do Executivo e críticas de representantes sociais.

O que você precisa saber

  • Proposta: Armamento da Guarda Municipal do Rio de Janeiro.
  • Posição do Executivo: Favorável, com estudos e planejamento em andamento.
  • Críticas: Preocupação com abusos e impacto sobre populações vulneráveis.
  • Votação: Projeto deve ser votado no primeiro semestre.

Posições a Favor

O presidente da Câmara, vereador Carlo Caiado (PSD), afirmou que emendas serão feitas ao Projeto de Emenda à Lei Orgânica 23/2018, com votação prevista ainda para o primeiro semestre. Caiado defende um grupamento específico para atuar em áreas turísticas, seguindo exemplos de outras cidades, como Salvador.

O Secretário Municipal de Ordem Pública, Brenno Carnevale, argumentou que o armamento reforçará a segurança, especialmente em programas como a Ronda Maria da Penha e o BRT Seguro. “A mudança da legislação seria uma correspondência à legislação federal”, disse Carnevale, ressaltando que apenas Recife, além do Rio, não utiliza armamento na Guarda Municipal.

Planejamento e Implementação

O inspetor-geral da Guarda Municipal, José Ricardo Soares da Silva, afirmou que a corporação já possui um planejamento caso o projeto seja aprovado. “A Guarda tem muito a colaborar com a segurança do Rio”, declarou. O vereador Dr. Gilberto (SDD), coautor do projeto, destacou a necessidade de armamento para grupamentos específicos como o Grupo de Operações Especiais e o Grupo Tático Móvel, devido ao aumento da criminalidade.

Críticas e Preocupações

A representante do Movimento Unido dos Camelôs (Muca), Iaci Cristina de Oliveira, criticou a proposta, relatando abusos cometidos pela Guarda contra trabalhadores informais. “A Guarda não está preparada para usar uma arma letal”, afirmou.

Vereadores como Márcio Santos (PV) e Luciana Boiteux (PSOL) expressaram preocupações semelhantes, destacando o potencial aumento de violência contra populações vulneráveis. “Minha preocupação é armar um guarda para atacar o pobre que precisa de segurança, o jovem negro, que está na praia no fim de semana”, disse Santos. Boiteux acrescentou que os guardas devem ser treinados para proteger os direitos humanos e não substituir a Polícia Militar.