Drenagem inoperante

Chuva forte na Baixada Fluminense: falta de manutenção no sistema de drenagem é a principal causa das enchentes

Professor da Coppe avalia que projeto Iguaçu, paralisado pela crise econômica, poderia ter contribuído para reduzir os impactos

Chuva forte que atingiu a Baixada Fluminense no último fim de semana deixou milhares de pessoas desalojadas e causou prejuízos materiais. Para o professor de Recursos Hídricos da Coppe/UFRJ, Paulo Canedo, a principal causa das enchentes foi a falta de manutenção no sistema de drenagem da região. O que você precisa saber: A falta de manutenção no sistema de drenagem é a principal causa das enchentes na Baixada Fluminense. O Projeto Iguaçu, que objetivava promover a recuperação ambiental das bacias da Baixada e da zona oeste do Rio de Janeiro, poderia ter contribuído para reduzir os impactos das enchentes. A paralisação do Projeto Iguaçu pela crise econômica foi um fator que contribuiu para o aumento das enchentes. Corpo do texto: O professor Canedo explica que as comportas do sistema de drenagem da Baixada não estão funcionando e, como não tem tido manutenção nos últimos dez anos, a infraestrutura implantada ficou inoperante. "Com a chuva forte que caiu no último final de semana, com grande volume precipitado, a estrutura que foi criada para proteger a região da Baixada, não funcionando, não deu conta do recado e não consegue botar para fora (a água acumulada)", disse. A isso se somam o problema da poluição, o acúmulo de lixo e o assoreamento de rios. "O mau trato que a população dá ao sistema é grande. E isso contribui para que fique ruim. Porque entra lixo e isso causa problema", admitiu. Destacou, porém, que, independente disso, se o sistema estivesse operando, o problema seria "muitíssimo" menor. "Você tem a conjugação de três coisas importantes: a chuva com volume muito grande; o sistema que foi implementado para escoar não está funcionando, por falta de manutenção nos últimos dez ou 12 anos; e a população não tem feito também sua contribuição de não jogar lixo nos rios, nas ruas, para não entupir os bueiros. A conjugação desses três efeitos gera esse caos que gerou". O professor Canedo também avalia que o Projeto Iguaçu, que objetivava promover a recuperação ambiental das bacias da Baixada e da zona oeste do Rio de Janeiro, poderia ter contribuído para reduzir os impactos das enchentes. "O projeto foi implementado com razoável força até 2012 e, depois, tivemos um azar, porque o Brasil ficou em uma situação ruim com a crise econômica, tivemos uma crise econômica no estado do Rio de Janeiro e não nos livramos dessa crise", afirmou. Segundo o professor, a paralisação do Projeto Iguaçu "pegou a Baixada de calça curta, com essa chuva". "O projeto continua fazendo parte do PAC. Analisou que por maiores que sejam as dificuldades que o estado e o país vivenciem, não podem abandonar as conquistas feitas, referindo-se ao Iguaçu. "Se o estado fez um investimento em defesa contra inundação, ele pode parar de ampliar essa defesa, mas não pode abandonar o que já foi feito, porque, senão, você perde o ganho feito", concluiu.
Foto: Agência Brasil

Chuva forte que atingiu a Baixada Fluminense no último fim de semana deixou milhares de pessoas desalojadas e causou prejuízos materiais. Para o professor de Recursos Hídricos da Coppe/UFRJ, Paulo Canedo, a principal causa das enchentes foi a falta de manutenção no sistema de drenagem da região.

O que você precisa saber:

  • A falta de manutenção no sistema de drenagem é a principal causa das enchentes na Baixada Fluminense.
  • O Projeto Iguaçu, que objetivava promover a recuperação ambiental das bacias da Baixada e da zona oeste do Rio de Janeiro, poderia ter contribuído para reduzir os impactos das enchentes.
  • A paralisação do Projeto Iguaçu pela crise econômica foi um fator que contribuiu para o aumento das enchentes.

O professor Canedo explica que as comportas do sistema de drenagem da Baixada não estão funcionando e, como não tem tido manutenção nos últimos dez anos, a infraestrutura implantada ficou inoperante.

“Com a chuva forte que caiu no último final de semana, com grande volume precipitado, a estrutura que foi criada para proteger a região da Baixada, não funcionando, não deu conta do recado e não consegue botar para fora (a água acumulada)”, disse.

A isso se somam o problema da poluição, o acúmulo de lixo e o assoreamento de rios. “O mau trato que a população dá ao sistema é grande. E isso contribui para que fique ruim. Porque entra lixo e isso causa problema”, admitiu.

Destacou, porém, que, independente disso, se o sistema estivesse operando, o problema seria “muitíssimo” menor. “Você tem a conjugação de três coisas importantes: a chuva com volume muito grande; o sistema que foi implementado para escoar não está funcionando, por falta de manutenção nos últimos dez ou 12 anos; e a população não tem feito também sua contribuição de não jogar lixo nos rios, nas ruas, para não entupir os bueiros. A conjugação desses três efeitos gera esse caos que gerou”.

O professor Canedo também avalia que o Projeto Iguaçu, que objetivava promover a recuperação ambiental das bacias da Baixada e da zona oeste do Rio de Janeiro, poderia ter contribuído para reduzir os impactos das enchentes.

“O projeto foi implementado com razoável força até 2012 e, depois, tivemos um azar, porque o Brasil ficou em uma situação ruim com a crise econômica, tivemos uma crise econômica no estado do Rio de Janeiro e não nos livramos dessa crise”, afirmou.

Segundo o professor, a paralisação do Projeto Iguaçu “pegou a Baixada de calça curta, com essa chuva”.

“O projeto continua fazendo parte do PAC. Analisou que por maiores que sejam as dificuldades que o estado e o país vivenciem, não podem abandonar as conquistas feitas, referindo-se ao Iguaçu. “Se o estado fez um investimento em defesa contra inundação, ele pode parar de ampliar essa defesa, mas não pode abandonar o que já foi feito, porque, senão, você perde o ganho feito”, concluiu.

As informações são da AG. Brasil