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Abin monitorou ilegalmente promotora do caso Marielle durante governo Bolsonaro

Operação da PF investiga esquema de espionagem

Marielle Franco foi morta a tiros em março de 2018; investigação ainda não chegou aos mandantes do crime - René Junior
Marielle Franco foi morta a tiros em março de 2018; investigação ainda não chegou aos mandantes do crime - René Junior

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (25) a Operação Vigilância Aproximada, que investiga um esquema de espionagem da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

A investigação apura o monitoramento ilegal da promotora da Justiça do Rio de Janeiro Simone Sibilio, que era responsável pela investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

O que você precisa saber:

  • A PF investiga um esquema de espionagem da Abin durante o governo Bolsonaro.
  • A investigação apura o monitoramento ilegal da promotora Simone Sibilio, que investigava o caso Marielle Franco.
  • Um dos alvos da operação é o deputado federal Alexandre Ramagem, que chefiou a Abin durante o governo Bolsonaro.

A PF afirma que o grupo atuava para “monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas”. Para isso, teriam sido realizadas invasões clandestinas à rede de infraestrutura de telefonia do país e usos indevidos de ferramentas de geolocalização de telefones celulares sem autorização judicial.

A promotora Simone Sibilio deixou o caso Marielle em 2021. De acordo com o jornal O Globo, investigadores encontraram um resumo do currículo da promotora entre o material apreendido. Os documentos sobre autoridades teriam a mesma identidade visual de relatórios falsificados elaborados pela estrutura paralela da Abin.

A operação da PF foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Moraes é o relator do inquérito que investiga o assassinato de Marielle Franco.