Homofobia é Crime

Nikolas Ferreira relaciona aborto a Megan Fox em pregação homofóbica no Rio de Janeiro

Bolsonarista ataca homossexuais e associa atriz a prática do aborto em discurso polêmico no Rio de Janeiro

Nikolas Ferreira em pregação no Rio de Janeiro - Reprodução/Youtube
Nikolas Ferreira em pregação no Rio de Janeiro - Reprodução/Youtube

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), apoiador radical do presidente Jair Bolsonaro (PL), voltou a destilar homofobia e relacionar, de forma covarde, o aborto à atriz estadunidense Megan Fox em pregação na Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, do pastor Silas Malafaia, no Rio de Janeiro.

Em recente entrevista à revista People, Megan Fox contou que sofreu um aborto espontâneo quando estava com 10 meses de gestação, o que lhe rendeu um trauma e problemas no relacionamento com o ex-companheiro, o cantor Machine Gun Kelly.

Ataque homofóbico e lista de “infernos”

  • Afirmação Homofóbica:
    • Nikolas Ferreira inicia sua pregação afirmando que “homossexuais vão para o inferno”, lançando mais um ataque homofóbico.
  • Ampliação da Lista:
    • O deputado elabora uma lista de pessoas que, segundo ele, podem ir para o “inferno”, incluindo aqueles que, mesmo sendo fiéis no casamento, não compreendem a identidade no Reino.

Na pregação, Nikolas inicia dizendo que “homossexuais vão para o inferno”, em mais um ataque homofóbico. Em seguida, ele relacionou a atriz, que interpretou uma entidade maligna no filme Garota Infernal, em 2019, para causar terror falando que “aborto é o capeta”.

Relação com Megan Fox e aborto

  • Associação Covarde:
    • O parlamentar relaciona a atriz Megan Fox, recentemente entrevistada pela revista People sobre seu aborto espontâneo, à prática do aborto, utilizando termos como “o capeta” para descrever o procedimento.
  • Discurso Descontextualizado:
    • O deputado distorce o tema do aborto, associando-o ao maligno, enquanto a atriz compartilhou sua experiência pessoal sobre a perda gestacional e os impactos emocionais.

“A Igreja é uma instituição formada por Cristo, assim como a família. E tudo o que há em volta de nós diz respeito a influenciar você e a destruir sua família. Divórcio destrói famílias, a distorção da sexualidade destrói famílias. Dois homens não conseguem reproduzir uma criança; duas mulheres também não. E o aborto vem para destruir sua família. Imagina, se você matar seu filho eternamente, você nunca vai ter filhos, nunca vai ter a continuidade do seu filho. Mas como que isso tem entrado na Igreja? O aborto não pega a gente, porque o aborto é muito o capeta, é a Megan Fox. É o capeta”, diz o deputado bolsonarista.

Impactos da fala desrespeitosa e abusiva

A fala de Nikolas Ferreira foi condenada por organizações LGBTQIA+ e grupos de defesa dos direitos humanos. A Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT) divulgou uma nota de repúdio à fala do deputado, afirmando que ela é “mais um exemplo da violência e do discurso de ódio que a comunidade LGBTQIA+ sofre no Brasil”.

O Grupo Gay da Bahia (GGB) também divulgou uma nota de repúdio, afirmando que Nikolas Ferreira “é um exemplo do que há de pior na política brasileira”.

Avaliação

A fala de Nikolas Ferreira é um exemplo da homofobia e do discurso de ódio que ainda são comuns no Brasil. A declaração do deputado é especialmente grave por ter sido feita em um espaço religioso, que deveria ser um lugar de acolhimento e respeito a todas as pessoas.

A fala de Nikolas Ferreira também é um sinal de que o Brasil ainda precisa avançar muito na defesa dos direitos LGBTQIA+. O país ainda é um dos que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo, e o discurso de ódio é um dos fatores que contribuem para essa violência

Repercussão e críticas

As declarações do deputado bolsonarista geraram forte repercussão nas redes sociais, com muitos condenando a postura homofóbica e a associação insensível com o trauma vivido por Megan Fox. Organizações e ativistas LGBTQ+ manifestaram repúdio às declarações, destacando a importância do combate à homofobia e da promoção de um discurso mais respeitoso e inclusivo na sociedade