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Bolsonaro e aliados devem voltar atrás sobre minuta golpista, afirma colunista

Alegações e desdobramentos

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: reprodução
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados políticos e jurídicos estão planejando voltar atrás em relação à minuta golpista, uma das principais provas físicas coletadas pela Polícia Federal (PF) para comprovar a arquitetura do golpe, conforme informações da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.

Nessa nova narrativa, Bolsonaro alegará que apenas fez consultas sobre a medida, explorando a possibilidade em caso de fraude nas urnas eletrônicas, e que tudo teria sido conduzido “dentro das quatro linhas”, como costuma alegar.

O que você precisa saber

  • Bolsonaro e seus aliados devem afirmar que a minuta golpista foi apenas objeto de consulta, não tendo sido efetivamente assinada.
  • Trechos dos depoimentos dos ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica confirmam que eles teriam barrado a tentativa de golpe, destacando o papel central do ex-mandatário diante da trama golpista.
  • A versão da minuta golpista discutida por Bolsonaro e seus aliados incluía cinco pontos que supostamente justificariam a decretação do Estado de sítio e da Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para impedir a posse do presidente Lula (PT).

A construção da narrativa e os pontos da minuta golpista

A construção dessa nova narrativa teve início na última sexta-feira (15), à medida que trechos dos depoimentos dos ex-comandantes do Exército, Marco Antonio Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos Almeida Baptista Júnior, foram divulgados, confirmando que eles teriam barrado a tentativa de golpe. Os relatos destacam o papel central do ex-mandatário diante da trama golpista.

Entretanto, a versão da minuta golpista discutida por Bolsonaro e seus aliados incluía cinco pontos que supostamente justificariam a decretação do Estado de sítio e da Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para impedir a posse do presidente Lula (PT).

O texto, apreendido com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, mencionava que o ministro Alexandre de Moraes “nunca poderia ter presidido o TSE, uma vez que ele e Geraldo Alckmin possuem vínculos de longa data, como todos sabem”. Além disso, trazia pontos como “decisões legítimas permitindo a censura prévia” e “decisões afastando muitas ‘causas justas’ da apreciação da Justiça”.

Próximos desdobramentos

Não há detalhes adicionais sobre o último ponto mencionado na minuta, mas na próxima semana o Supremo retomará o julgamento sobre os “limites da coisa julgada” em matéria tributária.