Que desastre

Auditoria do TCU revela que mortos e crianças “compraram” armamentos durante o governo Bolsonaro

Relatório aponta falhas no sistema do Exército que permitiram venda irregular de munições durante a gestão de Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: reprodução
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: reprodução

O relatório de auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) revelou irregularidades na venda de munições no Brasil, com mais de 2 milhões de unidades comercializadas de forma irregular durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As informações são da Folha de S.Paulo.

O que você precisa saber

  • Pelo menos 2 milhões de munições foram vendidas irregularmente no país durante a gestão de Jair Bolsonaro, conforme aponta relatório do TCU.
  • O Sistema de Controle de Venda e Estoque de Munições (Sicovem) permitiu vendas utilizando CPFs de menores e pessoas falecidas, além de liberar munições em calibres diferentes dos registrados para as armas.

O relatório destaca que o Sicovem, utilizado pelo Exército, permitiu a venda de munições utilizando CPFs de menores de 18 anos e de pessoas falecidas, além de liberar munições em calibres diferentes dos registrados para as armas. Foram registradas 164 vendas a menores de idade e 6.669 munições destinadas a pessoas falecidas. Além disso, outras irregularidades foram encontradas, como a liberação de munições para armas perdidas, roubadas ou furtadas, e munições destinadas a colecionadores que não podem ser usadas.

Investigação sobre Organização Criminosa

Uma organização criminosa liderada por irmãos gêmeos no Maranhão foi acusada de despejar cerca de 60 toneladas de munição no mercado ilegal do Brasil, aproveitando-se de falhas no Sicovem. A investigação revelou que membros da organização inseriram informações falsas no sistema do Exército por mais de um ano.

Falhas no Sicovem

O Sicovem foi implementado em 2007 para monitorar a venda de munições desde o fabricante até o consumidor final. No entanto, as falhas no sistema têm sido alvo de críticas, especialmente pela falta de controle e pela possibilidade de fraudes. A falta de um sistema próprio do Exército é apontada como um dos principais problemas, deixando a responsabilidade para uma empresa privada.

Medidas do Exército e Reações Políticas

O Exército afirmou estar desenvolvendo um novo sistema com mais controle e cruzamento de dados para resolver as falhas do Sicovem. Enquanto isso, políticos como o deputado Alberto Fraga destacaram a negligência das autoridades públicas e a necessidade de responsabilização. O relatório do TCU também apontou outras irregularidades, como o registro de armas por indivíduos condenados pela Justiça.