Restos mortais de Fangio são levados de cemitério para mausoléu em museu

Buenos Aires, 10 nov (EFE).- Os restos mortais do piloto argentino Juan Manuel Fangio, pentacampeão mundial de Fórmula 1, foram transferidos nesta quarta-feira do cemitério para um mausoléu que faz parte do Museu Fangio, na cidade de Balcarse, na província de Buenos Aires.

O escocês Jackie Stewart, tricampeão da principal categoria do automobilismo, fez parte da homenagem que incluiu uma caravana de carros antigos que percorreram lugares emblemáticos da vida do piloto argentino. Houve também uma homenagem especial no autódromo Juan Manuel Fangio, em Balcarce, onde ele nasceu.

Pilotos e oficiais estiveram presentes na homenagem e puderam assistir a cerca de 30 carros escreverem o nome do pentacampeão na pista. Havia também artistas e um desfile de veículos antigos.

O presidente da Fundação Fangio, Juan José Carli, agradeceu em uma entrevista coletiva que os filhos do piloto deram o aval para a transferência dos restos mortais.

“Eu não sei se eles sabem. Jackie estava jogando golfe quando Fangio morreu e lhe disseram que seu amigo e herói havia falecido. Ele pegou imediatamente um voo para vê-lo partir no velório. Isso não tem nome e nós o carregamos em nossos corações”, disse Carli.

“Certamente Fangio deve estar olhando para nós lá de cima. Não tenho dúvidas de que ele está nos olhando para baixo e vendo todos esses amigos, amigos do automobilismo e amigos da vida”, acrescentou.

Stewart, por sua vez, se disse grato por ter sido convidado para o evento e afirmou que a visita à Argentina para participar da homenagem ao ídolo foi “inacreditável”.

“Nunca na história do automobilismo vi nada como o respeito que Fangio gerou. Acho que nunca haverá mais ninguém, que sequer se aproxime, que mereça esse respeito. Ele ganhou o campeonato mundial em diferentes carros, ele tinha uma grande mente, ele escolheu o carro certo na hora certa”, analisou.

Fangio se sagrou campeão mundial de Fórmula 1 em 1951 pela Alfa Romeo), em 1954 pela Maserati e a Mercedes, em 1955 pela Mercedes, em 1956 pela Lancia-Ferrari e 1957 pela Maserati, além de ter sido vice-campeão em 1950 pela Alfa Romeo e em 1953 pela Maserati.

“Ele usou muito modestamente seu sucesso. Neste país, eles deveriam estar orgulhosos, nunca conheci uma pessoa que tenha ganho tanto respeito. Recebi seu autógrafo aos 14 anos de idade e anos mais tarde pude ser seu amigo. Ele foi um dos homens mais importantes da minha vida. Estou orgulhoso de estar aqui”, enalteceu o escocês. EFE