Quem são os protagonistas da COP26?

Guillermo Ximenis.

Londres, 29 out (EFE).- Líderes políticos, ativistas, organizações e empresas de mais de 200 países se reunirão na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), que acontecerá em Glasgow, na Escócia. Confira quem são as principais personagens do encontro:.

PROTAGONISTAS DA POLÍTICA:.

– JOE BIDEN: Uma das primeiras medidas de Biden como presidente dos Estados Unidos foi reincorporar o país ao Acordo de Paris, após o antecessor dele, Donald Trump, retirar o país desse compromisso. Biden fez do meio ambiente um dos pilares de seu programa de governo. A relação com a China, arranhada por tensões comerciais e de segurança, será uma das chaves diplomáticas da COP26.

– JOHN KERRY: Como secretário de Estado dos EUA, assinou o Acordo de Paris, em 2015. Agora, é o enviado especial para a crise climática do governo americano e desempenhará um papel relevante da Conferencia, após um ano de numerosas viagens ao redor do mundo de preparação para o encontro.

– XI JINPING: Os compromissos assumidos durante esta década pela China, um país com 1,4 bilhão de habitantes que pretende se tornar a maior potência mundial, serão decisivos no cumprimento das metas climáticas de Paris. A presença do presidente do país em Glasgow não foi confirmada, embora a ausência não seja necessariamente interpretada como um retrocesso por parte de Pequim.

XIE ZHENHUA: O veterano especialista climático foi o negociador da China nas negociações prévias às Conferências de Copenhague e Paris. A indicação neste ano como o enviado do país asiático foi interpretada como uma mão estendida para a restauração da diplomacia climática, após quatro anos de distanciamento durante o governo de Donald Trump nos Estados Unidos.

– BORIS JOHNSON: O primeiro-ministro britânico terá protagonismo em Glasgow como anfitrião da COP26. O governo que lidera traçou meta de que o Reino Unido alcance a marca de zero emissão de dióxido de carbono em 2050 e fez da luta contra a crise climática um dos focos de suas políticas, apesar de, em 2015, pouco depois da Conferência de Paris, Johnson ainda se mostrar cético sobre o papel da poluição humana para o aquecimento global.

– ALOK SHARMA: Como presidente da COP26, o ministro de Empresas, Energia e Estratégia Industrial do Reino Unido até janeiro deste ano terá um papel central nas negociações. Nascido na Índia, Sharma percorreu dezenas de países nos últimos meses, com o objetivo de abrir caminho até a Conferência, buscando compromissos nacionais que permitam avanço até os objetivos climáticos do Acordo de Paris.

– MARIO DRAGHI: A Itália é coanfitriã da COP26, e por isso o papel do primeiro-ministro do país seria relevante de qualquer forma. Porém, o protagonismo de Draghi aumenta por ele exercer a presidência rotativa do G20, grupo das principais economias do mundo, que se reunirá neste fim de semana, em Roma, antes da cúpula climática.

– NARENDRA MODI: As metas de emissões definidas pela Índia, que tem uma população de 1,3 bilhão de habitantes, são cruciais para limitar o aquecimento global. A expectativa é que Modi seja um dos líderes mundiais presentes da COP26.

– JAIR BOLSONARO: O papel do presidente do Brasil na preservação da Amazônia é considerado crítico internacionalmente, mas não é esperada a presença de Jair Bolsonaro na Conferência.

ATIVISTAS E PERSONALIDADES:.

– GRETA THUNBERG: A jovem ativista sueca, de 16 anos, é uma das vozes mais influentes dos movimentos ambientalistas. Os protestos denominados ‘Fridays for Future’ (Sextas-feiras para o Futuro) acenderam a chama de diversos movimentos pelo mundo, que reivindicam ações urgentes contra a mudança climática.

– PRINCÍPE CHARLES: O herdeiro do trono do Reino Unido tem sido, durante décadas, um defensor público das políticas de preservação e das causas ambientais. Charles acompanhará a COP26, enquanto a rainha Elizabeth II suspendeu a viagem pra Glasgow por recomendação médica.

– DAVID ATTEMBOROUGH: O ambientalista e apresentador de televisão no Reino Unido, de 95 anos, é um dos mais conhecidos defensores da natureza do planeta. Nos últimos anos, contribuiu para dar visibilidade para questões como o acúmulo de plástico nos oceanos e a extinção de espécies.

– PAPA FRANCISCO: O líder da Igreja Católica não irá à COP26, embora tenha assumido a luta contra a mudança climática como uma das prioridades de seu pontificado. Francisco e outros líderes religiosos mundiais fizeram neste mês um apelo urgente para que os governos adotem medidas concretas e tenham maior ambição na Conferência.

ORGANIZAÇÕES E ENTIDADES:.

– GREENPEACE: A organização ambientalista considera a reunião que acontecerá em Glasgow a mais importante desde a realizada em Paris, já que é a primeira vez em uma década que devem ser adotadas ações decisivas para frear o aquecimento global.

– EXTINCTION REBELLION: Protagonistas de vários protestos no Reino Unido nos últimos anos, os ativistas do grupo Extinction Rebellion bloquearam diversas rodovias que dão acesso a Londres nas últimas semanas, como forma de dar visibilidade às reivindicações. O grupo alerta que não acredita que os compromissos que serão firmados na COP26 sejam suficientes.

– FÓRUM DE VULNERABILIDADE CLIMÁTICA (CVF): Um grupo de 48 países, especialmente vulneráveis às ameaças climáticas, formou um bloco para defender seus interesses. Entre eles estão Costa Rica, Filipinas e Bangladesh.

– OPEP: A Organização dos Países Produtores de Petróleo, que está entre as entidades intergovernamentais que participam da COP26, reúne alguns dos principais produtores de petróleo do mundo, como a Arábia Saudita e o Irã, e pode desempenhar um papel importante nas políticas globais de transição energética.

– AGÊNCIA INTERNACIONAL DE ENERGIA (AIE): A organização abrange 30 países, entre eles, Estados Unidos, Reino Unido, França e Espanha, e se dedica a analisar e recomendar medidas para fomentar o uso de energia limpas. A agência cobrou os membros a aproveitar a recuperação pós-pandemia para dar impulso à transição energética.

– ALIANÇA PARA A ENERGIA ALÉM DO CARVÃO (PPCA): A coalizão que agrupa 137 governos nacionais, regionais, organizações, impulsionado por Canadá e Reino Unido, tem como objetivo acelerar o abandono do uso de combustíveis fósseis como o carvão. EFE