Presidente da COP26 pede esforço de negociadores em debate por financiamento

Glasgow (Reino Unido), 11 nov (EFE).- O presidente da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), Alok Sharma, reconheceu nesta quinta-feira que “falta muito trabalho a ser feito” para se alcançar um acordo e pediu que os negociadores elevem os esforços nos debates sobre o financiamento.

Na véspera do dia previsto para o fim da reunião de cúpula, o britânico discursou para o plenário, com o objetivo de anunciar “progressos significativos” nas últimas horas, mas destacou a necessidade de concluir o mais rapidamente possível os aspectos técnicos, para poder eliminar as diferenças políticas existentes.

“Ainda não chegamos lá. Há muito trabalho para fazer. Sei o duro que estão trabalhando, mas hoje deve haver outra mudança de marcha, para que os negociadores acabem o trabalho técnico”, afirmou Sharma aos delegados de quase 200 países.

Depois de publicar ontem o primeiro rascunho do documento final da COP26, o presidente da conferência admitiu que “ninguém na sala está plenamente feliz” com o texto, embora tenha reforçado o compromisso de todos em chegar a um consenso.

Sobre os passos a serem dados nas próximas horas, chamou a atenção dos presentes sobre “a necessidade crítica de elevar hoje os esforços no financiamento”, antes de publicar um novo acordo, o que acontecerá ainda hoje.

“Os líderes foram claros que queriam um consenso e ambição, mas, nas mesas de negociação, estamos tendo problemas para fazer progressos, inclusive em aspectos de rotina. Isso não pode acontecer hoje”, afirmou Sharma.

Dessa forma, o britânico pediu que os ministros nacionais atuem como “facilitadores” que elaboram propostas sobre um “objetivo coletivo quantificado” sobre o financiamento climático de longo prazo.

O britânico, além disso, destacou a necessidade de “um maior ímpeto” nos debates sobre o controverso artigo 6 do Acordo de Paris, que contempla a possibilidade da geração de créditos de carbono, com os países e empresas que geram CO2 podendo comprar direitos de emissão de outras nações.

Sharma ainda lembrou que os negociadores deverão entregar ao longo desta quinta-feira o resultado das consultas sobre o objetivo de limitar o aquecimento global até o fim do século em 1,5ºC.

“É o momento de vir com qualquer solução nova, caso contrário, ficaremos, literalmente, sem tempo”, garantiu o britânico, que pretende reuniu todos os ministros na manhã desta sexta-feira para revisar o novo rascunho de texto do acordo da COP26.

“E para resolver, o que espero, serem as poucas questões pendentes”, destacou. EFE