Presidente da COP26 diz que "falta uma montanha a ser escalada" para um pacto

Glasgow (Reino Unido), 9 nov (EFE).- O presidente da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), o britânico Alok Sharma, admitiu nesta terça-feira que, mesmo que progressos tenham ocorrido, “falta uma montanha a ser escalada” para alcançar um acordo nesta cúpula que permita manter viável o objetivo de limitar a 1,5 grau Celsius o aquecimento do planeta neste século.

“Estamos fazendo progressos, mas ainda há uma montanha a ser escalada nos próximos dias. O que já foi acordado coletivamente é um progresso, mas não tudo o que é necessário para manter o objetivo de 1,5 grau ao alcance”, disse no comparecimento diário da presidência britânica à imprensa.

O ex-ministro disse que “a falta de ambição” dos países “diminuiu”, mas “o que o mundo precisa agora é da confiança de que avançará para a implementação e de que as promessas sejam cumpridas”.

“Temos a oportunidade de ter sucesso”, disse o político, que advertiu que a transição para uma economia ambientalmente sustentável é “tecnologicamente possível e economicamente atrativa, e está acelerando em todo o lado”.

Sharma disse na quarta-feira será publicada uma segunda versão do documento político que deverá definir o rumo da luta multilateral contra as mudanças climáticas. A meta é ter um texto final antes do encerramento da conferência em Glasgow, na sexta-feira.

“Chegou o momento de encontrar consenso político sobre as áreas de divergência e só nos restam alguns dias”, alertou, acrescentando que as questões pendentes estão sendo discutidas em nível ministerial.

Os negociadores dos 197 países discutem a possibilidade de rever anualmente os seus respectivos objetivos de redução de emissões e um sistema para verificar se os governos estão cumprindo os seus compromissos.

Também está sendo negociada a forma como o financiamento deve ser distribuído aos países com menos recursos, que suportam o peso das mudanças climáticas, e o desenvolvimento regulamentar do Acordo de Paris.

Sobre as queixas de alguns observadores de ONGs que não puderam ter acesso às negociações, Sharma explicou que estão sendo procuradas “formas de expandir o acesso”, o que também é possível através de uma plataforma digital, embora existam “limitações de capacidade devido a questões de covid-19 e segurança”. EFE