Partido Comunista aprova resolução que reforça liderança de Xi Jinping

Pequim, 11 nov (EFE).- O Partido Comunista de China (PCCh) aprovou nesta quinta-feira uma “resolução histórica”, que consolida a liderança absoluta do secretário-geral da legenda e presidente do país, Xi Jinping.

Os membros do 19º Comitê Central do PCCh encerraram hoje uma reunião de quatro dias, realizada em Pequim, em que aprovaram um texto que cria bases para um terceiro mandato de Xi Jinping, o qual deverá ser confirmado em um ano, no próximo Congresso do partido.

A resolução, que destaca “a nova viagem em direção à modernização socialista da China” sob a liderança do presidente, é a terceira aprovada pelo PCCh desde 1945, que alçou Mao Tsé-Tung à liderança do partido, e a de 1981, em que Deng Xiaoping oficializou o começo do período de reforma e abertura do país.

Segundo o texto, que foi difundido pela agência estatal de notícias “Xinhua”, o plenário apostou por “manter, de forma decidida, a posição central do camarada Xi Jinping” no PCCh.

“Os avanços e a experiência histórica acumulada até agora nos permitem entrar em uma nova viagem, para construir um país socialista moderno em todos os aspectos”, aponta o comunicado do partido.

“Somente o socialismo pode salvar a China, e somente o socialismo pode desenvolver a China”, completa a nota.

Além disso, é destacado que “o contexto internacional é cada vez mais complexo e grave”, na comparação com períodos anteriores, com os esforços para controlar a pandemia da covid-19 sendo classificados como “extremamente difíceis”.

O Partido Comunista alerta que é necessário “avançar em uma só voz”, sob a liderança de Xi e admite que é preciso “melhorar a capacidade de responder aos riscos e desafios”.

“Devemos manter a vitalidade e liderar o povo para alcançar o grande sonho do rejuvenescimento da nação chinesa. Temos que seguir e aprender com as lutas que tivemos no passado para cumprir a missão fundamental, assim como desenvolver o socialismo com características chinesas”, aponta o texto.

A cúpula do PCCh defende a promoção da “autossuficiência científica e tecnológica, a prosperidade comum e o desenvolvimento de alta qualidade”, este último termo que vem sendo utilizado com frequência nos últimos meses.

Outra das frases costumeiramente empregada pelo próprio Xi Jinping e que aparece na resolução é de que “os tempos em que o povo chinês era humilhado acabaram”.

A resolução não critica anteriores líderes do país e classifica o pensamento do fundador da República Popular da China, Mao Tsé-Tung, como “um caminho revolucionário correto”.

“O Partido, sob uma liderança centralizada, alcançou que o povo tenha confiança e inove”, diz o texto, que aponta para uma próxima etapa, em que “serão colocadas em práticas novas ideias para governança, novas ideias e novas estratégias”.

Também é enfatizada a “vitória” da campanha contra a corrupção liderada por Xi Jinping, assim como o “fortalecimento da segurança nacional”, em referência a Hong Kong, que o texto afirma ter “passado do caos a ordem”, após os protestos registrados em 2019.

Sobre Taiwan, que a China reclama a soberania, o Partido Comunista reitera que não há espaço para a independência e garante seguir se opondo a “qualquer interferência de forças externas”. EFE