Nicarágua garante à OEA que eleições foram "livres e sem chantagens"

Washington/Cidade da Guatemala, 10 nov (EFE).- O representante permanente da Nicarágua na Organização dos Estados Americanos (OEA), Arturo McField Yescas, garantiu nesta quarta-feira, em diálogo antes da 51ª Assembleia Geral da organização, que o país viveu um dia de eleições “em liberdade e sem chantagens”.

No discurso, McField defendeu as eleições de domingo passado, nas quais Daniel Ortega foi reeleito como presidente da Nicarágua, mas que foram descritas como uma “farsa” por parte de parte da comunidade internacional.

McField pediu a palavra em meio a um diálogo nesta quarta-feira entre membros e observadores da OEA, pois várias representações, como as de Espanha, Suíça e Itália, classificaram as eleições de domingo como “antidemocráticas” e exigiram a libertação dos políticos presos na Nicarágua.

De acordo com o representante nicaraguense, “65% do eleitorado votou e 75% deu o seu apoio à Grande Aliança Nicarágua Triunfa”, para dar a Daniel Ortega, que governa o país centro-americano desde 2007, um novo mandato no poder.

O representante disse que teve de falar na sessão desta quarta-feira para intervir antes do tempo “porque o processo eleitoral e os resultados das eleições foram questionados”.

McField também declarou que a Assembleia Geral da OEA deveria “olhar para o futuro, e não para o passado do colonialismo”, e reiterou que “os nicaraguenses votam livremente, sem sanções ou chantagem”.

Ele lamentou que o continente continue a mostrar tons “retrógrados”, frisando que os países com mais recursos “monopolizaram as vacinas e negaram recursos a países pequenos”, como a Nicarágua.

Com os resultados de domingo, Ortega, que governa desde 2007 – e já ocupou o poder de 1979 a 1990 -, obteve mais cinco anos como presidente, novamente com a esposa, Rosario Murillo, como vice-presidente.

A Organização dos Estados Americanos abrirá a sua 51ª Assembleia Geral nesta quarta-feira com a Guatemala como país anfitrião e em um contexto de críticas às eleições na Nicarágua. EFE