Lula reafirma compromisso com acordo Mercosul-UE

Presidente brasileiro diz que não desistirá do acordo, mesmo com resistência da França

Lula diz que não desistirá do acordo entre Mercosul e União Europeia
Lula - Foto: Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou, nesta segunda-feira (4), seu compromisso com o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia (UE). O acordo, aprovado em 2019, vem enfrentando resistência de alguns países, como a França.

O que você precisa saber:

  • Lula disse que não desistirá do acordo, mesmo com resistência da França.
  • A próxima Cúpula do Mercosul será quinta-feira (7), no Rio de Janeiro.
  • Javier Milei, presidente eleito da Argentina, é contra o acordo.
  • A Alemanha apoia a celebração do acordo.

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Lula está em Berlim, na Alemanha, para uma visita oficial. Em entrevista à imprensa ao lado do primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, o presidente brasileiro disse que reiterará ao chanceler a expectativa de que a União Europeia decida se tem, ou não, interesse na conclusão de um acordo equilibrado.

“No contexto de fragmentação política, a aproximação de nossas regiões é central para construção de um mundo multipolar e o fortalecimento do multilateralismo”, disse Lula.

Neste domingo (3), Lula afirmou que, se não houver o acordo comercial, não será por falta de vontade dos sul-americanos, mas por protecionismo dos europeus. Na última semana, durante a Conferência do Clima, em Dubai, nos Emirados Árabes, Lula se encontrou com o presidente da França, Emmanuel Macron, na tentativa de avançar com a negociação.

“Enquanto eu puder acreditar que é possível fazer esse acordo, vou lutar para fazer, porque depois de 23 anos, se não se concluir o acordo, penso que estamos sendo irrazoáveis com as necessidades que temos de avançar nos acordos comercias, políticos e econômicos”, disse Lula. “Não vou desistir enquanto não conversar com todos os presidentes e ouvir o ‘não’ de todos. Aí vamos partir para outra”, acrescentou.

A Alemanha apoia a celebração do acordo. O chanceler Olaf Scholz disse que está envidando “esforços adicionais” para que o acordo concluído. Para entrar em vigor, o tratado precisa ser aprovado pelo Conselho Europeu e pelo Parlamento Europeu, além de ser ratificado pelos parlamentos de todos os países do Mercosul e da União Europeia.

“Peço a todos os envolvidos que façam prova de pragmatismo e que estejam dispostos a celebrar soluções de compromisso”, completou.

O acordo cobre temas tanto tarifários quanto de natureza regulatória, como serviços, compras públicas, facilitação de comércio, barreiras técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias e propriedade intelectual.