Israel-Palestina

Com fim do ultimato à população de Gaza, MSF pede a autoridades israelenses que mostrem humanidade

Pessoas presas na Faixa de Gaza têm acesso precário à água e estão expostas a bombardeios em todo o território

Uma vista dos edifícios destruídos na Faixa de Gaza após os ataques aéreos israelenses que continuam no sétimo dia na Cidade de Gaza, Gaza, em 13 de outubro de 2023 [Abed Rahim Khatib/ Agência Anadolu]
Uma vista dos edifícios destruídos na Faixa de Gaza após os ataques aéreos israelenses que continuam no sétimo dia na Cidade de Gaza, Gaza, em 13 de outubro de 2023 [Abed Rahim Khatib/ Agência Anadolu]

Apesar das afirmações israelenses sugerindo que há áreas seguras para a população presa na Faixa de Gaza, as pessoas estão expostas a bombardeios em todo o território, inclusive no sul, para onde dezenas de milhares fugiram após o ultimato imposto por Israel. Como o exército israelense tem bombardeado a Faixa de Gaza sem interrupções por uma semana, estamos pedindo que a humanidade mais elementar seja demonstrada.

A ordem para que quase 1,1 milhão de pessoas se deslocassem em poucas horas para uma área já superpovoada e com acesso precário a alimentos, água e saúde é tão absurda quanto intolerável. Nossas equipes estão observando que a água potável está se tornando escassa no sul da Faixa de Gaza e a dificuldade de obtê-la está aumentando o sofrimento da população. Médicos Sem Fronteiras (MSF) pede urgentemente a restauração do acesso suficiente e imediato à água potável para a população da Faixa de Gaza.

O corredor humanitário decretado neste sábado (14/10) pelas autoridades israelenses no norte de Gaza e que permaneceu aberto por algumas horas acaba de expirar. Estamos extremamente preocupados com o destino daqueles que não poderão se mover, como os feridos, as pessoas que estão doentes e a equipe médica.  Diante das declarações feitas pelas autoridades militares israelenses, tememos que essas pessoas sejam aniquiladas.

MSF está pedindo que haja zonas seguras no norte de Gaza e que sejam estabelecidos cessar-fogos regulares. Também pedimos que as pessoas tenham a possibilidade de fugir pela passagem de Rafah, sem prejuízo de seu direito de retorno. MSF solicitou que seus profissionais palestinos que desejam sair possam ser evacuados.