Pagando a Língua

China suspende financiamento de US$ 6,5 bi à Argentina por divergências políticas

Posse de Milei, declarações anticomunistas e falta de embaixador pesam na relação

China espera que Argentina estabeleça negociações frutíferas com o país de Xi Jinping - Reprodução
China espera que Argentina estabeleça negociações frutíferas com o país de Xi Jinping - Reprodução

O governo da China suspendeu o financiamento de US$ 6,5 bilhões (R$ 31,6 bilhões) à Argentina, parte de um acordo entre os dois países em 2021. A decisão ocorre após a posse do presidente argentino Javier Milei, que já afirmou que romperia relações com a China.

O que você precisa saber:

  • A China suspendeu o financiamento de US$ 6,5 bilhões à Argentina.
  • A decisão ocorre após a posse do presidente argentino Javier Milei.
  • Milei já afirmou que romperia relações com a China.

A decisão da China foi anunciada pela agência norte-americana REDD Intelligence, citando fontes do governo argentino. O acordo permanecerá congelado até que o governo argentino estabeleça negociações frutíferas com a China.

Na semana passada, Milei voltou atrás em suas convicções anticomunistas e enviou uma carta a Xi Jinping, solicitando renovação do swap cambial com Pequim. No entanto, a China ainda não respondeu à carta.

Outro ponto que pesa na relação entre os dois países é a posição da Argentina sobre Taiwan. A China considera Taiwan uma província rebelde e exige que todos os países reconheçam sua soberania. A Argentina, por sua vez, não reconhece Taiwan como parte da China.

A decisão da China teve impacto diplomático. O embaixador chinês em Buenos Aires, Wang Wei, foi convocado pelo seu governo e voltará a Pequim para apresentar um relatório sobre a relação com o presidente Milei e a relação econômica e política entre a Argentina e a China.

Milei ainda não indicou embaixador para Pequim. A demora em nomeações diplomáticas gerou desconforto na China, que se soma a uma série de declarações públicas ofensivas ao governo chinês.

A chanceler argentina, Silvina Batakis, também já emitiu uma série de declarações duras contra o governo chinês.