Candidato chileno que contraiu covid é investigado sobre protocolos de saúde

Santiago (Chile), 9 nov (EFE).- As autoridades da saúde do Chile anunciaram que abrirão um processo administrativo contra o candidato de esquerda Gabriel Boric, um dos favoritos para as eleições presidenciais de 21 de novembro, para determinar se ele descumpriu regras sanitárias ao contrair covid-19.

“O sumário sanitário foi desenvolvido com o objetivo de investigar os comportamentos de risco no lançamento do programa do candidato em 1º de novembro”, disse Helga Balich, autoridade sanitária da Região Metropolitana.

Segundo diferentes imagens publicadas pela imprensa, durante o evento, que ocorreu em um centro cultural em Santiago, “foi constatada a falta de distanciamento físico e do uso de máscaras”, ressaltou Balich.

Na véspera, na terça-feira, 2 de novembro, Boric anunciou que sentia alguns dos sintomas da covid-19, como febre e dores musculares, e disse que iniciaria uma quarentena preventiva.

No dia seguinte, o candidato confirmou que testou positivo, em anúncio que causou polêmica e enviou 54 pessoas consideradas “contatos próximos” ao isolamento preventivo, incluindo seis dos sete candidatos presidenciais que tiveram de suspender as suas atividades de campanha durante sete dias.

O caso gerou grande incerteza sobre o que resta da campanha presidencial (agora menos de dez dias) em uma das eleições mais cruciais e polarizadas em décadas na qual Boric e o representante da extrema direita, José Antonio Kast, são os favoritos de acordo com as pesquisas.

O esquerdista, que também foi infectado com a variante delta, afirmou nesta terça-feira que poderá “voltar nestas últimas semanas para as eleições de 2021”.

“Tudo aquilo que no início era incerteza, mais tarde transformou-se em alegria porque vi como milhares de voluntários se mobilizaram por todo o Chile para levantar a nossa campanha”, comentou o candidato em vídeo.

Os outros candidatos já estão de volta aos atos de campanha e atividades presenciais. Nenhum deles testou positivo para a doença. EFE