Alemanha

Berlim proíbe keffiyeh palestinos nas escolas

Após conflito entre alunos, autoridades alemãs dizem que o símbolo pode ser uma “ameaça à paz escolar”

Um manifestante ajusta seu Keffiyeh em 12 de outubro de 2023 [DIMITAR DILKOFF/AFP via Getty Images]
Um manifestante ajusta seu Keffiyeh em 12 de outubro de 2023 [DIMITAR DILKOFF/AFP via Getty Images]

Berlim, Alemanha – A senadora da Educação de Berlim, Katharina Guenther-Wuensch, anunciou nesta sexta-feira (14) a proibição do keffiyeh palestino nas escolas da cidade. A medida foi tomada após conflitos entre alunos nos últimos dias, relacionados ao conflito entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza.

Em uma carta enviada às escolas, Guenther-Wuensch disse que qualquer comportamento demonstrativo ou expressão de opinião que possa ser entendido como defesa ou aprovação dos ataques contra Israel ou apoio às organizações terroristas que os realizam, como o Hamas ou o Hezbollah, representa uma ameaça à paz escolar na situação atual e é proibido.

Além dos símbolos diretos do Hamas ou do Hezbollah, bem como representações e declarações que glorificam a violência, a proibição também estende “símbolos, gestos e expressões de opinião que ainda não atingem o limite da responsabilidade criminal”, o que inclui o keffiyeh.

O keffiyeh é um lenço palestino tradicional, geralmente feito de algodão ou lã e com um padrão de xadrez preto e branco. O lenço é um símbolo do nacionalismo palestino e é frequentemente usado em protestos e manifestações.

A proibição do keffiyeh nas escolas de Berlim foi criticada por grupos pró-Palestina, que dizem que a medida viola os direitos constitucionais, a liberdade de associação e o direito de manifestação.

“Tais ações e símbolos colocam em risco a paz escolar na situação atual”, disse Guenther-Wuensch.

Diz-se que ocorreram confrontos em escolas da capital alemã nos últimos dias devido ao bombardeamento massivo de Israel em Gaza.

A Iniciativa Palestina acusou a polícia de Berlim de proibir comícios pró-Palestina “por motivos racistas”.

“No entanto, não seremos silenciados. Informaremos sobre os próximos passos para trazer (a) questão da Palestina para as ruas de Berlim”, disse o grupo em seu site.

Resumo

  • A senadora da Educação de Berlim proibiu o keffiyeh palestino nas escolas da cidade.
  • A medida foi tomada após conflitos entre alunos nos últimos dias, relacionados ao conflito entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza.
  • Grupos pró-Palestina criticaram a proibição, dizendo que ela viola os direitos constitucionais.

Atualizações

  • Em 15 de outubro, a Iniciativa Palestina anunciou que planeja realizar uma manifestação pró-Palestina em Berlim no próximo fim de semana.
  • A polícia de Berlim disse que está preparada para a manifestação e que tomará medidas para garantir a segurança de todos os participantes