América enfrenta crise sistêmica de vacinação, adverte Opas

Cidade do México, 10 nov (EFE).- A América enfrenta uma iminente crise sistêmica de vacinação, motivo pelo qual é preciso haver atenção constante para que a imunização e os programas de saúde essenciais sejam mantidos, afirmou nesta quarta-feira a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

“A região enfrenta uma crise iminente em torno da imunização de rotina e deve ser dada uma atenção contínua como prioridade para manter e reforçar a imunização e outros programas de saúde essenciais”, disse a diretora da Opas, Carissa Etienne, em entrevista coletiva virtual.

Segundo ela, no passado a região deu um exemplo ao mundo sobre a questão da imunização de rotina – aquela que é administrada à população em base regular ou de acordo com horários – pondo fim às “doenças evitáveis”.

Mas observou que devido à pandemia do novo coronavírus, as taxas de vacinação baixaram e as medidas de prevenção foram relaxadas, portanto, se a imunização de rotina não for melhorada, “teremos novos surtos de doenças evitáveis”.

O continente americano totaliza quase 2,3 milhões de mortos em consequência da covid-19 e mais de 92 milhões de casos, de acordo com dados da Opas.

REFORÇAR OS SISTEMAS DE SAÚDE.

Etienne também instou os países da região a reforçar os sistemas de saúde que foram enfraquecidos pela pandemia de covid-19 e que afetaram pacientes com doenças crônicas.

“Os cuidados primários são a espinha dorsal dos sistemas de saúde. Se tivermos serviços de saúde fortes, isso nos ajudará a ter uma melhor resposta no futuro”, comentou.

A diretora explicou que durante a pandemia, mais de 50% dos países da região sofreram interrupções nos serviços de saúde mental e imunização, enquanto os serviços de doenças crônicas foram interrompidos em 40% dos países da Opas.

“Quando os pacientes primários são privados, deixam os pacientes com menos serviços e menos cuidados para doenças crônicas em nível dos cuidados de saúde primários”, argumentou.

Etienne alertou para a importância de haver mais profissionais de saúde e de melhorar o acesso aos serviços. No entanto, criticou tem havido um “subinvestimento crônico” na região que tem deixado as pessoas sem cuidados essenciais na região.

“Na pandemia, vimos que o aumento do investimento público era fundamental. E continuará sendo assim que a pandemia tiver terminado”, destacou.

No entanto, a diretora da entidade esclareceu que não se trata apenas de gastar mais, mas de investir sabiamente.

“As economias estão em situação crítica. Os países enfrentam escolhas difíceis sobre como investir na saúde das pessoas, mas temos de nos orientar pela missão de proporcionar saúde para todos”, concluiu. EFE