CPI dos atos golpistas aciona Justiça Federal contra Mauro Cid

A CPMI que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro encaminhou representação à Justiça Federal contra o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid.

Os parlamentares alegam que Mauro Cid se negou a responder todas as perguntas feitas durante depoimento na CPMI, o que seria um abuso do direito ao silêncio.

O militar prestou depoimento garantido por habeas corpus aceito pela ministra do STF Carmem Lúcia, de não responder perguntas que pudessem incriminá-lo, mas vedando faltar com a verdade quanto aos demais questionamentos da CPI.

O presidente da CPI, deputado Arthur Maia, disse nas redes sociais que foi observado o desrespeito à decisão do Supremo. E que teria ficado claro que o militar abusou do direito de não se auto incriminar.

Mauro Cid se negou a responder perguntas simples, como o interesse do militar em colaborar com a Comissão, ou qual era o preceito da ética militar, se era inocente ou até qual era sua idade.

A CPI ainda encaminhou ao ministro Roberto Barroso, atual presidente em exercício do STF, cópia do processo para as devidas medidas adicionais cabíveis.

Existem pelo menos oito investigações na Justiça contra Mauro Cid, inclusive pela participação nos atos golpistas de 8 de janeiro. O militar está preso desde o dia 3 de maio, acusado de fraudar cartões de vacinação.

A reportagem procurou o advogado Bernardo Fenelon, defensor do tenente-coronel Mauro Cid, mas até o momento não teve retorno.