Confusão

Confusão com torcedores do América-RJ e bandeira da Palestina acaba na Delegacia

Briga começou após segurança recolher bandeira da Palestina durante jogo contra o Artsul

O senador Romário (PL) é presidente e jogador do América-RJ. Foto: reprodução
O senador Romário (PL) é presidente e jogador do América-RJ. Foto: reprodução

Rio de Janeiro – No último domingo (2), o América-RJ venceu o Artsul por 3 a 1 em jogo válido pela segunda divisão do Campeonato Carioca.

No entanto, a vitória foi ofuscada por uma confusão entre torcedores e seguranças no Estádio Giulite Coutinho, que resultou em alguns torcedores sendo levados para a delegacia.

O que você precisa saber:

  • Data do Incidente: 2 de junho de 2024
  • Local: Estádio Giulite Coutinho
  • Causa da Confusão: Bandeira da Palestina
  • Resultado: Torcedores levados à delegacia

Detalhes da Confusão

A confusão teve início quando seguranças do América perceberam uma torcedora exibindo uma bandeira da Palestina, em protesto contra o genocídio promovido por Israel. Ao tentarem recolher a bandeira, um confronto se iniciou, e a situação só foi controlada na 53ª Delegacia Policial em Mesquita, na Baixada Fluminense.


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Justificativa do Clube

Em nota, o América-RJ explicou que a ação dos seguranças foi motivada por uma possível violação do Regulamento Geral de Competições (RGC) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que proíbe manifestações políticas nos estádios.

Nota do América-RJ

Querida Torcida Americana,

O America Football Club vem a público manifestar o seu pesar em relação aos acontecimentos do dia 02 de junho de 2024, no jogo America x Artsul, no Estádio Giulite Coutinho, válido pela 3ª rodada do Campeonato Carioca Série A2.

Lamentamos o ocorrido com um dos nossos torcedores e já identificamos e advertimos os responsáveis pelo ocorrido. Deixamos claro que a violência e a truculência não se coadunam com as práticas do Club e de seus dirigentes no trato com qualquer um de nossos apaixonados torcedores.

Contudo, cabe destacar que a responsável por estabelecer as regras gerais para jogos oficiais de futebol em território nacional é a Confederação Brasileira de Futebol – CBF e em seu Regramento Geral de Competições (RGC) de 2024 traz o seguinte dispositivo:

Art. 79 – Os clubes, sejam mandantes ou visitantes, são responsáveis por qualquer conduta imprópria do seu respectivo grupo de torcedores nos termos do Código Disciplinar da FIFA e do CBJD.

Parágrafo único – A conduta imprópria inclui, particularmente, atos praticados contra delegações de Clubes e equipes de arbitragem em deslocamentos para partidas, tumulto, desordem, invasão de campo, violência contra pessoas ou objetos, uso de laser ou de artefatos incendiários, lançamento de objetos, exibição de slogans ofensivos ou com conteúdo político, ou a utilização, sob qualquer forma, de palavras, gestos ou músicas ofensivas, incluindo manifestações racistas, xenófobas, sexistas, homofóbicas, transfóbicas ou relativas a qualquer outra forma de discriminação que afronte a dignidade humana.

Assim sendo, do ponto de vista normativo, considerando que a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ) se submete a tais regras e é ela quem organiza o Campeonato Carioca da Série A2, não é permitida a presença de bandeiras, slogans ou qualquer tipo de conteúdo de natureza política na torcida, seja ela organizada ou torcedor individual, nos jogos disputados no campeonato.

De acordo com o mesmo regulamento, em seu artigo 135, a prática desses atos pode fazer o Club incorrer em sanções, que podem ser de cunho patrimonial – multas de até R$ 500.000,00 – ou administrativas – como perda de pontos, mandos de campo e até a exclusão do campeonato.

Como se não bastasse, a Lei Geral do Esporte, em seu artigo 158, inciso IV, trata do tema da manifestação em estádios, determinando que a entrada e permanência em estádios está condicionada ao torcedor não portar cartazes, bandeiras, símbolos ou outros sinais com mensagens ofensivas.

Como já noticiado na grande mídia, o debate político, quando levado para o âmbito esportivo (e, especificamente aos estádios), pode provocar retaliação daqueles que tenham compreensão distinta daquela manifestada, gerando episódios de violência e conflito, como já ocorrido em outros estádios. Não é o que queremos!

Logo, diante de todo esse cenário, em cumprimento ao disposto no Regulamento Geral de Competições, a Diretoria do America vem reiterar seu entendimento de não autorizar a entrada de todo e qualquer material de cunho político durante os jogos disputados pelo Club.

Estamos certos de contar com a colaboração de cada torcedor americano. Lembrando sempre que:

AMERICA, UNIDO VENCERÁS! SANGUE!