Paço Imperial recebe exposição com obras do Modernismo Carioca

A FUNARJ, a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e o Governo do Estado do Rio de Janeiro inauguram exposição que reúne mais de 127 obras, de diversos artistas, produzidas entre os séculos XIX e XX. Os trabalhos destacam a arte modernista específica da cena carioca. A abertura será no dia 16 de novembro, às 18h30.

Quando pensamos em arte moderna, incluindo a Semana de 1922, é a conjuntura artística paulista que domina o pensamento e o discurso. No entanto, a cidade do Rio de Janeiro tem um desenvolvimento moderno anterior a 1922 e uma especificidade artística que necessita ser reconhecida. A exposição A Afirmação Modernista – a paisagem e o popular carioca na coleção Banerj tem esta função: afirmar um modernismo específico e característico da cena carioca.

A Coleção Banerj começou a ser formada no início dos anos 1960, vinculada ao contexto de afirmação da Cidade-Estado da Guanabara. Desde 1998, a FUNARJ cumpre o compromisso de preservar, estudar e divulgar a Coleção, que reúne trabalhos de artistas de grande relevância, hoje um acervo público do Estado do Rio de Janeiro.

Diferente da aristocracia e do nacionalismo ligado à conjuntura paulista, o modernismo carioca acentua o caráter popular e a beleza natural da cidade, expressa nos grandes painéis e em outras inúmeras obras que retratam o Rio. As diferentes maneiras de conceber a paisagem revelam-se como marca da coleção: a luminosidade dos trabalhos de Eliseu Visconti contrasta com as tensas pinceladas de Anita Malfatti, a cidade anônima e silenciosa de Oswald Goeldi se opõe à exuberância das cenas urbanas de Di Cavalcanti, a paisagem imaginária de Cícero Dias distancia-se da racionalidade de Aldo Bonadei.

A Afirmação Modernista – a paisagem e o popular carioca na coleção Banerj também retrata a cultura carioca, que pode ser vista nos trabalhos de Djanira, Caribé, Marcier, Cícero Dias, entre outros artistas. As festas de rua, o samba, o candomblé, bem como o Corcovado e o Pão de Açúcar, tornam-se ícones do imaginário da cidade e do povo brasileiro. Do Rio boêmio e folclórico, de Di Cavalcanti, ao Rio oblíquo, de Goeldi, a cidade domina a coleção.

Fazer um “acervo falar” significa torná-lo disponível e acessível para as diversas camadas da população. José Roberto Gifford, presidente da FUNARJ, sintetiza a importância deste momento para o Estado do Rio de Janeiro : « Com esta exposição, comemoramos a oficialização de sua condição de coleção pública e, ao mesmo tempo, contribuímos para a retomada cultural do Rio de Janeiro e antecipamos as celebrações do centenário da Semana de Arte Moderna. Acima de todos os motivos, queremos viabilizar o acesso e a fruição das obras de arte aos cidadãos brasileiros, especialmente aos fluminenses. E assim, podemos afirmar mais uma vez, a Coleção Banerj é nossa! ».

Obras de arte esparsas e guardadas em uma reserva técnica são como pérolas incrustadas; para aparecerem precisam de algum pensamento que as relacione em uma exposição, folhetos explicativos e serviços de monitoria que estabeleçam uma intermediação com o público.

Dividida em oito módulos expositivos, A Afirmação Modernista – a paisagem e o popular carioca na coleção Banerj poderá ser vista no Paço Imperial, a partir do dia 17 de novembro e ficará em exibição até março de 2022. A curadoria é de Marcus de Lontra Costa e Viviane Matesco.

A Afirmação Modernista – a paisagem e o popular carioca na coleção Banerj

Paço Imperial – Praça XV de Novembro, 48. Centro

De 17 de Novembro de 2021 até 20 de março de 2022

Terça a domingo e feriados, das 12h às 18h.

Realização: FUNARJ, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, Governo do Estado do Rio de Janeiro.

Apoio e Parceria: Amigos do Paço, Museu do Paço Imperial, IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal