O Museu Oscar Niemeyer apresenta a exposição Leila Pugnaloni – Tela

A artista carioca radicada em Curitiba faz uma individual com obras inéditas e um conjunto de trabalhos emblemáticos de sua trajetória

O Museu Oscar Niemeyer (MON) tem o prazer de convidar para a abertura, em 1º de junho de 2023, às 19h, da exposição “Tela”, com 131 obras Leila Pugnaloni. A curadoria é de Marco Antonio Teobaldo, que destaca que a exposição “revela as pesquisas recentes da artista, e abarca outras séries, cinco intervenções sobre as paredes do espaço e uma seção biográfica”. 

Leila Pugnaloni nasceu em 1956 no Rio de Janeiro, e passou boa parte de sua infância em Brasília, onde aprendeu a observar “o tracejado certeiro de Lúcio Costa e as linhas curvas de Oscar Niemeyer, referências que a influenciaram por toda a vida”, conta o curador. Na adolescência, em Curitiba, a artista assimilou a sua híbrida visão de mundo, “herdada pela sagacidade de seu pai e a delicadeza de sua mãe”. “Dona de um espírito libertário e inquieto, em 1982, alçou vôo até Nova York, nos Estados Unidos, onde desenvolveu técnicas na renomada escola de artes The Art Students League, que foram decisivas em sua trajetória”, continua Marco Antonio Teobaldo

Leila Pugnaloni - Exposição Tela
Leila Pugnaloni – Exposição Tela

“De volta à Curitiba, ela bebeu na fonte da arte moderna brasileira e da americana, flertou com as criações de outros artistas como Alfredo Volpi, Ione Saldanha, Darel Valença e da amiga Anna Letycia. Leila iniciou então, o que se pode chamar de obra da artista, com duas vertentes muito delineadas: o desenho e a pintura”. “É bem verdade que o improvável está presente na sua pintura e também no seu desenho, mas as pinceladas da artista resultam em formas precisas e concretas, enquanto que suas linhas sinuosas são de uma indiscutível leveza poética. Leila se entrega ao ofício da arte com uma grande força e faz ecoar sua feminilidade em sutileza, harmonia e paixão pela vida”, afirma Marco Antonio Teobaldo.

PERCURSO DA EXPOSIÇÃO

O curador comenta os núcleos da exposição:

A série “Módulos de Luz”, iniciada em 1992, revela uma peculiaridade no trabalho da artista em que ela se apropria dos reflexos luminosos e coloridos de sua pintura, emitidos sobre a superfície da parede onde são afixados, de forma que o espaço vazio entre um módulo e outro seja preenchido por cores que surgem a partir da incidência da luz. O efeito proporciona inusitadas descobertas, e, à medida que o observador se movimenta diante da obra, poderá perceber as três diferentes faces de cada módulo e a combinação de volumes e cores entre eles. Das 10 apresentadas na exposição, quatro são inéditas: “Noturno” (2018), “Ar”, “Venezuela” (2016) e “Brasil” (2016).

Da série “Mata-juntas”, iniciada nos anos 1990, estará a obra “Graffiti” (2017), de 2m x 3m, em tinta acrílica e grafite sobre madeira, mostrada ao público pela primeira vez. A outra obra desta série, “Segmento das Mata-Juntas” (1995), em tinta acrílica e cimento sobre madeira, com 2m x 1,25m, pertence à Fundação Cultural de Curitiba. Sobre “Graffiti”, assinala Marco Antonio Teobaldo: “Ainda que apresente aspectos importantes em sua tridimensionalidade, a obra da faz um contraponto aos outros trabalhos, uma vez que trata das possibilidades cromáticas, cuja estrutura em madeira tem um forte apelo à arquitetura e técnica de construção das casas dos imigrantes poloneses”

MONOCROMIA 

Sobre uma generosa parede de aproximadamente 30 metros lineares, a artista apresenta o resultado de sua busca por novas experiências cromáticas, a partir das quais encontrou diferentes texturas e tramas, cujo trabalho impacta pela vibração alcançada por essas matizes. Trata-se da série inédita de 20 pinturas “Monocromia”, em tinta acrílica sobre tela, onde diferentes tonalidades de cores são trabalhadas meticulosamente pela artista. As obras têm dimensões iguais: 2m x 1m, e foram produzidas durante o período de isolamento social, por conta da pandemia de Covid-19. Os reflexos dos pigmentos fluorescentes utilizados por Leila Pugnaloni causam um efeito luminoso sobre o espaço que evoca as construções modulares e o pensamento criativo de Hélio Oiticica sobre as cores

Em uma área ao fundo da galeria, são apresentados 40 desenhos em pequenos formatos, em nanquim sobre papel, que mostram a pesquisa da artista sobre a figura humana e modos de viver. Com um bastão de bambu e nanquim, Leila vem estudando as linhas e formas há três décadas, formatando uma espécie de crônica da sua passagem pela vida. Ela aprende e ensina com o seu trabalho na prancheta ou nas oficinas ministradas em seu ateliê ou em museus, como no MON, no Museu de Arte Contemporânea do Paraná e no Museu de Arte do Rio (MAR), ou ainda em ambientes corporativos como a Rede Globo de Televisão, no Rio de Janeiro. A artista usa o próprio corpo como instrumento para realizar os movimentos e gestos que revelam as linhas desenhadas no papel. Além as obras apresentadas em molduras, Leila Pugnaloni fez cinco intervenções, em que desenhou diretamente sobre a superfície das paredes deste ambiente expositivo.

A mostra reúne ainda um conjunto de itens que recontam a trajetória da artista, por meio de fotografias de acervo, materiais gráficos de exposições, publicações, uma coleção de artigos, matérias e notas jornalísticas, compondo um breve histórico de seus trabalhos.

MEMÓRIA VISUAL E AFETIVA

Leila Pugnaloni conta que sua “memória visual e afetiva é composta de várias camadas: do Rio de Janeiro, onde nasci; da Brasília em que passei parte da infância e da Curitiba para onde vim adolescente e finquei raízes”. “É muito significativo que a exposição ‘Tela’ aconteça no Museu Oscar Niemeyer, nome-expressão da arte moderna e contemporânea e portador de tantos significados que me são caros”, diz.

A artista lembra que sua primeira mostra individual foi realizada em Curitiba, em 1981, na Galeria Jovem do Museu Guido Viaro. Eram obras em bico de pena, nanquim, formas femininas, desenhos detalhistas e, de certa forma, autobiográficos. “Na época, não percebia que os grafismos que circundavam as figuras seriam a base da abstração”, comenta. Ela explica que “do Rio, tão solar, me são indissociáveis as curvas; de Brasília, a magia do plano-piloto, e de Curitiba as imagens da cidade em transformação, repleta de novas cores e novas propostas”. 

A estas camadas, a artista acrescenta as temporadas nos anos 1980 Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, e na Art Students League of New York, de onde trouxe a formação em desenho e o contato com a obra de artistas de diferentes tendências.

INQUIETUDE

Juliana Vosnika, diretora-presidente do MON, diz que “Tela é o nome da exposição de Leila Pugnaloni, mas poderia ser o codinome da artista carioca, radicada há décadas no Paraná e que teve em Curitiba o ponto de início de sua extensa e intensa trajetória nas artes”. “Leila utiliza as telas para revelar sua singular leitura do mundo, as observações urbanas de suas andanças, impressões femininas tão suaves quanto fortes, numa inquietude que a acompanha há muito tempo. É nas telas que ela imprime e eterniza sua marca registrada”, comenta Juliana.

A Secretária de Estado da Cultura, Luciana Casagrande Pereira, comenta que as obras de Leila são tão extraordinárias quanto sua trajetória de vida. “Tenho certeza de que visitar no MON a exposição dessa artista que tanto nos orgulha será uma experiência ímpar e transformadora para qualquer pessoa”, diz.

SOBRE O MON

O Museu Oscar Niemeyer (MON) é patrimônio estatal vinculado à Secretaria de Estado da Cultura. A instituição abriga referenciais importantes da produção artística nacional e internacional nas áreas de artes visuais, arquitetura e design, além de grandiosas coleções asiática e africana. No total, o acervo conta com aproximadamente 14 mil obras de arte, abrigadas em um espaço superior a 35 mil metros quadrados de área construída, o que torna o MON o maior museu de arte da América Latina. 

Serviço: Exposição “Leila Pugnaloni – Tela”

Abertura: 1º de junho de 2023, às 19h

Até 1º de outubro de 2023

Museu Oscar Niemeyer 

Rua Marechal Hermes, 999, Centro Cívico, Curitiba

Tel 41.3350.4400

Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (mediante apresentação de documento comprovatório de: professores e estudantes; doadores de sangue; pessoas com deficiência; titulares da ID Jovem; portadores de câncer).

Gratuito: Todas as quartas-feiras; nos demais dias menores de 12 anos; maiores de 60 anos; grupos pré-agendados de estudantes de escolas públicas; guias de turismo acompanhados de grupos; jornalistas; taxistas credenciados à URBS; membros da Associação Profissional dos Artistas Plásticos do Paraná (APAP); membros do International Council of Museums (ICOM), mediante apresentação de documentos.

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