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Itaú Cultural Play, ou: O que sobrou das iniciativas de cinema do Itaú

Na mesma semana que Madonna fez seu show gratuito em Copacabana, o Itaú anunciou a venda de suas salas de cinema

Itaú Cultural Play
Itaú Cultural Play

A possibilidade da venda das salas de cinema do Espaço Itaú já era conhecida desde fevereiro, quando um colunista divulgou a informação, mas só foi anunciada oficialmente por meio de uma nota agora em maio. As salas de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília passam a ser operadas por outra rede, a Cinesystem. Independentemente da data, seja em fevereiro ou em maio, o Itaú sempre reforçou que vai continuar investindo no cinema através de outra ferramenta, o Itaú Cultural Play.

O Itaú Cultural Play é um serviço de streaming gratuito e acessível a partir de login. Além de ter sua versão para desktop, também conta com um aplicativo. Clássicos do cinema brasileiro, possíveis futuros clássicos, animações, documentários, mostras, tudo pode ser encontrado num catálogo menos amplo que diverso.

Quem lembra do delicado “O menino e o mundo”, que concorreu ao Oscar de 2016? Está lá. Da adaptação de Estação Carandiru, com Matheus Nachtergaele e Rodrigo Santoro? Lá, você assiste. Eles não usam black-tie (1981), mas usam Itaú Cultural Play porque está lá também. E aquele documentário do Eduardo Coutinho onde tem um Cabra marcado para morrer (1984)? Adivinha só.

Mesmo apoiando o cinema e o cinema de rua, continuamos resignados à alternativa que o streaming (e o streaming gratuito) proporciona e, consequentemente, sujeitos à vontade de uma empresa privada, um banco. Há semanas, o Ministério da Cultura divulgou que está trabalhando em seu próprio serviço de streaming. Enquanto não chega, damos play no Itaú Cultural.