A psicanalista Vera Iaconelli e o designer Pedro Inoue convocam usuários a aderirem à campanha “Greve das Redes”, marcada para esta segunda-feira, 21 de abril. A ação propõe 24 horas sem redes sociais como forma de protesto e alerta sobre os efeitos do uso excessivo de plataformas digitais.
A iniciativa surgiu após o debate provocado pela série “Adolescência”, da Netflix, que mostra os impactos do ódio digital e da exposição online. Com o lema “Desliga e respira”, o movimento visa gerar consciência coletiva sobre a hiperconectividade.
Campanha alerta para vício digital
A mobilização cresceu nas redes com a hashtag #blecautedasredes. Os criadores da ação, Iaconelli, colunista da Folha de S.Paulo, e Inoue, diretor da fundação canadense Adbusters, defendem uma pausa estratégica no uso das plataformas.
Segundo os organizadores, o principal objetivo é estimular um momento de reflexão. “Se você não conseguir ficar 24 horas fora, mas parar para pensar, já valeu”, afirmou Vera Iaconelli.
Efeitos nas crianças e adolescentes preocupam
A proposta da campanha veio após a repercussão internacional sobre o impacto das redes. Um dos gatilhos foi a morte da menina Sarah Raíssa Pereira de Castro, de 8 anos, vítima de um desafio viral.
A situação reacendeu a discussão sobre a necessidade de regulação de conteúdo, especialmente depois do anúncio da Meta de que reduziria a moderação no Facebook e Instagram.
Livro e série reforçam debate
O livro “A Geração Ansiosa”, de Jonathan Haidt, ganhou destaque ao associar a infância hiperconectada ao aumento de transtornos mentais. A série “Adolescência” também trouxe à tona tragédias reais provocadas pelo uso descontrolado das redes.
“A internet é maravilhosa, mas as redes precisam ser reguladas”, destacou Iaconelli, ao lembrar que os algoritmos criam hábitos tóxicos.
Manifesto pede ação coletiva
A campanha ganhou apoio de influenciadores, como o pediatra Daniel Becker, educadores e o perfil ativista Sleeping Giants. Contudo, os idealizadores reforçam que a campanha tem direção e autoria clara.
“Somos a última geração que lembra da vida antes das redes. Precisamos usar isso a nosso favor”, diz Vera. O manifesto destaca o poder coletivo dos usuários, que podem interromper o ciclo de vício, mesmo que apenas por um dia.
