O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, ressaltou nesta quarta-feira (29) a importância de ações pautadas pela inteligência e integração entre os níveis de governo para enfrentar a crise de segurança no Rio de Janeiro. Em meio à repercussão da megaoperação que resultou em mais de 100 mortes nos complexos do Alemão e Penha, Lewandowski destacou que a cooperação entre as forças federal, estaduais e municipais é essencial para combater com eficácia o crime organizado.
Lewandowski explicou que as operações devem se basear em trocas de informações, bancos de dados compartilhados e interoperabilidade entre as polícias, evitando ações isoladas que prejudicam o planejamento estratégico. Ele mencionou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou “estarrecido” com o alto número de mortos e afirmou que o governo federal oferece apoio ao Rio, incluindo vagas em presídios federais, homens da Força Nacional e assistência pericial para identificação de corpos e investigação de crimes.
O ministro também comentou sobre a Proposta de Emenda à Constituição nº 18/2025, conhecida como PEC da Segurança Pública, uma iniciativa principal do governo Lula para estruturar uma política integrada de segurança no país. A PEC visa dar status constitucional ao Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), promovendo maior coordenação entre União, estados e municípios na formulação e execução das políticas de segurança.
Lewandowski esclareceu que a decisão sobre eventuais medidas excepcionais, como a Garantia da Lei e da Ordem (Garantia da Lei e da Ordem – GLO), depende de solicitação do governador do estado, neste caso, Cláudio Castro, e posterior decreto presidencial. Ele alertou que tal medida é complexa e não foi discutida na reunião desta quarta.
O governador Cláudio Castro, por sua vez, afirmou que a operação policial foi um “sucesso” e classificou os policiais mortos como as únicas vítimas do confronto, minimizando denúncias de abuso e mortes de civis. Castro reforçou a postura de combate rigoroso ao crime, afirmando que o conflito ocorreu em área de mata e que os mortos seriam criminosos, posição criticada por especialistas e movimentos sociais, que denunciam a operação como violenta e ineficaz para conter o crime organizado.
Este cenário demonstra a complexidade da crise de segurança no Rio e o desafio de equilibrar ações firmes com respeito aos direitos humanos e integração dos entes federativos.

 
			 
		 
		 
		 
		 
		

 
		 
		 
		 
                                
                              
		 
		 
		 
		 
		 
		