Um aluno negro da Escola Parque da Barra, na Barra da Tijuca, foi alvo de injúrias raciais em um grupo de WhatsApp criado por colegas do 9º ano. O jovem, que é bolsista e filho de uma funcionária da instituição, foi chamado de “pobre”, “favelado”, “sujo” e “choquito”, em referência à sua cor da pele.
O caso gerou repercussão e acendeu alertas sobre o racismo em escolas particulares do Rio de Janeiro. A denúncia foi publicada pela coluna de Ancelmo Gois, do jornal O Globo.
Alunos envolvidos saem da escola
Após a denúncia, a Escola Parque da Barra informou que os alunos autores das ofensas não fazem mais parte da instituição. A escola também garantiu apoio psicológico ao estudante agredido e à sua família.
Contudo, entidades educacionais e movimentos sociais consideram que medidas como acolhimento psicológico não são suficientes. Segundo especialistas, é necessário implementar ações pedagógicas efetivas e de longo prazo para combater o racismo estrutural.
Ambiente elitizado e exclusão
A Escola Parque é uma das mais tradicionais e caras do Rio. Embora possua um programa de bolsas de estudo, voltado para promover a inclusão social, o episódio revela dificuldades enfrentadas por estudantes negros e periféricos nesses espaços.
Os xingamentos enviados no grupo escancaram o preconceito presente em parte dos alunos e evidenciam um ambiente escolar ainda excludente para quem não se encaixa no perfil social predominante.
Reações nas redes e investigações
Coletivos antirracistas se manifestaram em apoio ao aluno e cobraram mais rigor na responsabilização de atos discriminatórios. As publicações destacam a necessidade de educação antirracista e da garantia de permanência de estudantes negros nas escolas privadas.
A família do estudante decidiu, por enquanto, não se pronunciar. Já o caso chegou ao conhecimento do Ministério Público e do Conselho Tutelar, que acompanham as investigações.