Pois é

PM do Rio admite perda de imagens por falta de bateria em câmeras corporais durante chacina

Parte das gravações da operação nos complexos da Penha e Alemão pode ter sido perdida; equipamento tem duração limitada de uso.

JR Vital
por
JR Vital
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
PM em escadaria do Complexo do Alemão durante operação na manhã desta terça-feira (28) — Foto: Reprodução

O secretário da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Marcelo de Menezes, declarou em coletiva nesta quarta-feira (29) que parte das imagens captadas pelas câmeras corporais durante a megaoperação nos complexos da Penha e Alemão pode ter se perdido devido à limitação da bateria dos equipamentos. Menezes explicou que as baterias das câmeras têm vida útil de aproximadamente 12 horas, e a preparação para a operação começou às 3h da terça-feira, antes mesmo do deslocamento das tropas às 5h.

Durante a ação, as baterias não foram recarregadas, o que teria ocasionado a perda de algumas imagens essenciais para o monitoramento e fiscalização da operação. A operação, que terminou com mais de 120 mortos, incluindo quatro policiais, mobilizou cerca de 2.500 agentes e resultou na apreensão de 91 fuzis e na prisão de 81 pessoas.

O secretário de Segurança, Victor Santos, ressaltou que as autoridades desconheciam inicialmente a presença dos corpos na mata, impedindo a atuação regular das forças de segurança para a retirada destes. Segundo ele, a Polícia Civil segue protocolos rigidos envolvendo a Delegacia de Homicídios, perícia e liberação dos corpos.

O subsecretário de planejamento da Polícia Civil, Carlos Oliveira, afirmou que a retirada dos corpos pela população ocorreu antes do conhecimento oficial do poder público. Ele destacou que a perícia e a investigação consideram essas ações como interferência irregular que podem comprometer os processos investigativos.

Sobre denúncias de tortura e violações de direitos humanos, Victor Santos destacou que o trabalho da polícia é submetido a uma “fiscalização intensa”, e que vídeos das operações mostram criminosos se entregando, reforçando que policiais também são vítimas em vários inquéritos.

O Rio já vem investindo em melhorias para as câmeras corporais, como o desenvolvimento de baterias mais eficientes e aumento do tempo de armazenamento das imagens, ações que visam aprimorar a segurança, transparência e responsabilização na atividade policial.

https://www.diariocarioca.com/wp-content/uploads/2025/09/Parimatch-728-90.jpg
Seguir:
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.