Magé, RJ, 7 de junho de 2025 – Um policial militar integrante da Operação Segurança Presente foi afastado após ser flagrado agredindo um estudante em Magé, na Baixada Fluminense. A gravação, feita por populares e viralizada nas redes sociais nesta sexta-feira, evidencia mais um caso alarmante do uso desproporcional da força por agentes de segurança pública no Rio de Janeiro.
Nas imagens, o policial puxa com violência um adolescente uniformizado, que estava em uma bicicleta e portava mochila escolar, diante da escola frequentada pelo jovem. Sem reação agressiva, o estudante apenas balança a cabeça, retira um celular da cintura e começa a manuseá-lo. A cena se desenrola na presença de outros estudantes e transeuntes, que observam a ação silenciosamente.
A Secretaria de Governo do Estado confirmou que o agente atua oficialmente pela Operação Segurança Presente, programa estadual de policiamento ostensivo, e comunicou o imediato afastamento do policial após a identificação. A Corregedoria da Polícia Militar abrirá inquérito administrativo para apurar os fatos.
Uso desproporcional da força e impactos sociais
O episódio reforça um padrão preocupante de violência policial contra jovens das periferias do Rio, um território frequentemente marcado por práticas abusivas. A agressão, além de expor falhas no treinamento e na supervisão das operações, evidencia a tensão crescente entre políticas de segurança pública e os direitos civis nas comunidades periféricas.
Apesar do silêncio oficial sobre a identidade do estudante e ausência de informações sobre lesões, a viralização do vídeo reacende o debate sobre a militarização da segurança pública e o impacto social de programas como o Segurança Presente, que atua justamente em áreas vulneráveis, mas sob constante suspeita de violação dos direitos humanos.
Segurança Presente em debate político no Rio
Em meio a um cenário político tenso e eleitoral, programas de segurança pública como o Segurança Presente ganham protagonismo nas disputas entre lideranças como o prefeito Eduardo Paes e o deputado Rodrigo Bacellar. Ambos defendem a operação como ferramenta essencial para o controle da violência, ignorando ou minimizando as denúncias frequentes de abusos.
Esse contexto eleitoral contribui para que a discussão sobre segurança pública seja atravessada por interesses políticos, colocando em segundo plano as demandas reais das comunidades afetadas, que clamam por políticas de prevenção e respeito aos direitos fundamentais.
O que a investigação deve esclarecer
A Corregedoria da PM tem a responsabilidade de conduzir uma investigação rigorosa e transparente. O inquérito deverá colher depoimentos, analisar o vídeo e verificar as circunstâncias que motivaram a abordagem agressiva ao estudante. A expectativa é que medidas efetivas sejam tomadas para coibir esse tipo de conduta, sob risco de ampliar a desconfiança da população em relação à polícia.
O Carioca Esclarece
1. O que é a Operação Segurança Presente?
Trata-se de um programa estadual de policiamento ostensivo que atua em áreas consideradas prioritárias para controle da violência, principalmente nas periferias do Rio. A iniciativa é alvo de críticas frequentes por denúncias de abuso e uso excessivo da força.
2. Por que o uso desproporcional da força é um problema?
Além de violar direitos humanos básicos, o uso abusivo da força aumenta a desconfiança entre população e polícia, dificultando o trabalho de prevenção e enfraquecendo o tecido social nas comunidades.
3. Como funciona a Corregedoria da PM?
É o órgão responsável por apurar condutas irregulares dentro da Polícia Militar, investigando denúncias contra policiais para aplicar sanções disciplinares ou criminais, conforme o caso.