Censura Não

Oposição reage a projeto que busca censurar cultura periférica no Rio

20 de fevereiro de 2025
1 min de leitura
A deputada Dani Monteiro (Psol) reage à Lei Anti-Oruam e propõe projeto na Alerj para barrar censura a funkeiros, rappers e trappers no Rio.
A deputada Dani Monteiro (Psol) reage à Lei Anti-Oruam e propõe projeto na Alerj para barrar censura a funkeiros, rappers e trappers no Rio.

Rio de Janeiro A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) virou palco de um novo embate político e cultural. A deputada Dani Monteiro (Psol) protocolou um projeto para instituir o Programa de Prevenção à Censura, à Arte e à Cultura, com o objetivo de garantir a liberdade de expressão dos artistas e combater restrições arbitrárias na contratação de artistas pelo poder público.

A iniciativa surge como resposta à tentativa de setores conservadores de implantar no estado a chamada Lei Anti-Oruam, proposta que visa barrar artistas de funk, rap e trap em eventos financiados pelo governo. O nome da medida faz referência ao cantor Mauro Davi dos Santos, conhecido como Oruam, que mistura funk, R&B e rap em seu repertório. Ele também é filho do traficante Marcinho VP, o que gerou debates sobre a relação entre suas músicas e a violência urbana.

Reação da oposição

Dani Monteiro criticou duramente a proposta de censura e afirmou que impedir a contratação de determinados artistas representa um ataque à cultura popular. “Quando o poder público proíbe funkeiros, rappers e trappers, ele não está apenas restringindo shows, mas apagando histórias e sonhos de jovens que veem na arte uma oportunidade de resistência e ascensão social”, declarou.

A deputada também apontou que a criminalização da cultura periférica não é novidade. “O samba foi perseguido no início do século XX. O funk e o rap enfrentaram estigmatização nos anos 90 e 2000. Agora, querem marginalizar o trap e outras manifestações artísticas das periferias”, acrescentou.

O que diz a Lei Anti-Oruam?

A proposta, que ganhou força na Câmara Municipal de São Paulo e na Câmara dos Deputados, busca impedir que artistas cujas músicas contenham menções ao crime sejam financiados por recursos públicos. Parlamentares favoráveis à medida argumentam que essas canções glorificam a violência e influenciam negativamente os jovens.

No entanto, críticos da lei alertam para o risco de censura seletiva. Dani Monteiro defende que, se a proposta for aprovada, outros gêneros também deveriam ser analisados sob os mesmos critérios. “Muitos gêneros musicais abordam temas semelhantes, mas apenas os de origem periférica são alvos de censura”, afirmou.

Redacao

Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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