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Defensoria Pública é impedida de acompanhar perícias após massacre no Rio

Órgão denuncia restrição de acesso ao Instituto Médico Legal e promete recorrer à Justiça

JR Vital
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JR Vital
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...

Defensoria Pública do Rio de Janeiro foi impedida de acompanhar as perícias nos corpos recolhidos após a operação policial nos complexos do Alemão e da Penha, que resultou em 121 mortos, segundo dados oficiais. O pedido da Defensoria para ingresso no Instituto Médico Legal (IML) foi negado, apesar do órgão atuar oficialmente na ADPF das Favelas, conforme determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).

A negativa foi justificada pela Polícia Civil, que restringiu o acesso ao IML apenas a agentes da corporação e aos membros do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). A defensora pública Rafaela Garcez afirmou que o Ministério Público teve permissão de entrada, mas a Defensoria foi barrada. Para acessar o IML, a Defensoria recebeu a exigência de constar em lista pré-aprovada, o que inviabilizou sua atuação.

Com a negativa, a Defensoria anunciou que recorrerá à Justiça para garantir o direito de acompanhar o procedimento pericial, reforçando seu compromisso na defesa dos direitos das vítimas e seus familiares. O subcoordenador criminal, Emerson Betta, destacou que o órgão integra o comitê de monitoramento da ADPF 635 e solicitou acesso em paridade com o Ministério Público.

O IML informou que até a manhã desta quinta-feira (30) já haviam sido realizadas 80 necropsias, e seis corpos liberados para sepultamento. Um posto do Detran foi adaptado ao lado do IML como ponto de triagem para atendimento de familiares, área que vem enfrentando filas e longas esperas para reconhecimento visual dos corpos.

Enquanto isso, a Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Civil mantêm sigilo sobre o pedido formal da Defensoria e não divulgaram se atualizarão as regras de acesso para ampliar a transparência no processo.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.