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Criminosos lançam bombas com drones em retaliação à megaoperação na Penha

Traficantes usam drones para atacar policiais durante ação com 2.500 agentes contra o Comando Vermelho

JR Vital
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JR Vital
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
Barricadas em chamas em reação à Operação Contenção — Foto: Reprodução/TV Globo

Em retaliação à megaoperação realizada nesta terça-feira (28) nos Complexos da Penha e do Alemão, criminosos utilizaram drones equipados com bombas para lançar ataques contra a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), força de elite da Polícia Civil do Rio de Janeiro. As imagens dos drones sobrevoando policiais e lançando granadas circularam, mas não há registros de feridos entre os agentes até o momento.

Confrontos, prisões e feridos

Até a última atualização, 4 suspeitos foram mortos em confronto, sendo dois da Bahia e um do Espírito Santo. A polícia prendeu 22 homens e apreendeu armamentos: 2 fuzis, 1 pistola e 9 motos. Entre os feridos, destaque para um policial do Batalhão de Operações Especiais (Bope), baleado de raspão na perna.

Além disso, três inocentes foram atingidos por balas perdidas: um homem em situação de rua foi atingido nas costas e levado ao Hospital Estadual Getúlio Vargas; uma mulher, ferida em uma academia, foi socorrida pelo marido; e outro homem, ferido em um ferro-velho, também recebeu atendimento médico.

Operação Contenção e seu alcance

A operação, que mobilizou cerca de 2.500 agentes das polícias Civil e Militar, visa cumprir 100 mandados de prisão e 150 de busca e apreensão contra lideranças do Comando Vermelho, com o objetivo de frear a expansão territorial da facção.

Traficantes reagiram com tiroteios intensos e ergueram barricadas em chamas, gerando longas colunas de fumaça visíveis de vários pontos na cidade.

Impacto na rotina da população

A Secretaria Municipal de Saúde informou que cinco unidades de Atenção Primária suspenderam o início de funcionamento e avaliam reabertura em breve. Uma clínica da família iniciou atividades, mas suspendeu visitas domiciliares.

Na área educacional, 28 escolas da Penha e 17 do Alemão fecharam devido à operação. A Secretaria Estadual de Educação informou que um colégio precisou ser fechado. O serviço de transporte público também foi impactado: o Rio Ônibus desviou preventivamente 12 linhas para preservar a segurança de rodoviários e passageiros.

Desvios nas linhas de ônibus

Na Penha:

  • 312 (Olaria-Candelária)
  • 313 (Penha-Praça Tiradentes)
  • 621, 622, 623 (Penha-Saens Peña)
  • 625 (Olaria-Saens Peña)
  • 628 (Penha-Nova América)
  • 679 (Grotão-Méier)
  • 721 (Vila Cruzeiro-Cascadura)

No Alemão:

  • 292 (Engenho da Rainha-Castelo)
  • 311 (Engenheiro Leal-Candelária)
  • 711 (Rocha Miranda-Rio Comprido)

Cooperação e antecedentes da operação

A ação, que conta com o acompanhamento de promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), foi deflagrada após um ano de investigações da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). Foram identificados pelo menos 30 procurados oriundos do Pará, além de suspeitos de outros estados.

Policiais militares do Comando de Operações Especiais (COE) e unidades da PM da capital e da Região Metropolitana estão envolvidos. A Polícia Civil mobilizou agentes das delegacias especializadas, distritais, do Departamento de Combate à Lavagem de Dinheiro e da Subsecretaria de Inteligência. A operação ainda utiliza helicópteros, blindados, veículos de demolição e ambulâncias do Grupamento de Salvamento e Resgate

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.