A cidade de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, ainda tentava se recuperar da tempestade do dia 15 de fevereiro, quando foi novamente atingida por fortes chuvas no último domingo (20). Os rios Quitandinha e Piabanha, que cortam o município, voltaram a transbordar causando novos alagamentos e deslizamentos, que deixaram ao menos sete mortos.
Na rua Washington Luiz, no centro da cidade, uma casa amarela desabou. O professor de artes visuais Nelson Ricardo da Costa, de 59 anos e sua mãe, Heloísa Helena, de 86 anos, que moravam no local, não sobreviveram.
O professor de filosofia Mario Augusto Queiroz Carvalho, de 35 anos, amigo de Nelson, também foi uma das vítimas do desabamento, ele estava na casa auxiliando no resgate de Heloísa que tinha dificuldade de locomoção. O marido de Miriam, Anthonio Gonçalves, foi o único sobrevivente.


Imagens mostram antes e depois do desabamento da casa amarela na rua Washington Luiz/ Reprodução

A psicóloga Giovana Gomes, mora em um prédio com vista para onde antes ficava a casa amarela. Ela conta em entrevista para o programa Central do Brasil, uma parceria da rede TVT com o Brasil de Fato, que já era noite e estava em seu quarto quando ouviu um barulho muito alto e correu para ver do que se tratava. Ao chegar até a janela começou a ouvir gritos de socorro vindo dos escombros.
“Pela voz deu para perceber que era um homem, aí eu resolvi começar a gritar com ele também para me comunicar, para ele saber que ali tinha alguém o ouvindo”, descreve Giovana.
    Ela relata que tentou ligar para os bombeiros e a defesa civil, mas as linhas estavam ocupadas e só depois de muitas tentativas conseguiu. “Quando percebi que o bombeiro já estava próximo comecei a falar para ele [a vítima] ‘gritar’, para que o bombeiro identificasse onde ele estava”.
Dias depois Giovana descobriu que o homem que ela tentou acalmar durante o desastre, era o senhor Anthonio Gonçalves. Ele e o seu cão Delúbio foram os únicos sobreviventes do desabamento da casa amarela.
"Arrasador"
A biomédica Laís Essinger mora em Petrópolis há mais de 20 anos. Ela conta que o sentimento após chuvas causarem duas tragédias seguidas no local em que deveria se sentir segura é arrasador.
“A gente estava se levantando agora, começando a se reconstruir, seguindo em frente e de novo isso acontece, é muito triste. A sensação que dá é de que a gente está abandonado”, comenta Laís.
Ela relata que quase nada foi feito na cidade no espaço de tempo entre as duas tempestades. "Só colocaram tapume, estavam cobrindo algumas coisas, limpando, só que o que realmente precisa ser feito é a limpeza dos rios”, completa.
A quantidade de chuva que caiu durante duas horas e meia em Petrópolis, no último domingo, era a esperada para todo o mês de março. O geógrafo, Bruno Araújo, explica também em entrevista ao programa Central do Brasil, que as tempestades como essas são consequências do aumento da temperatura do planeta.
“As cidades precisam estar preparadas para lidar com esses fenômenos, ainda mais agora que eles vão acontecer com mais frequência e maior intensidade nos próximos anos por conta das consequências das mudanças climáticas”, explica o geógrafo.
        Fonte:  BdF Rio de Janeiro
   Edição: Mariana Pitasse


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JR Vital - Diário Carioca

JR Vital

JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.

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