Brasília – O Ministério da Previdência Social exonerou nesta quinta-feira (8) Guilherme Serrano, ex-presidente do INSS, após seu nome aparecer em um inquérito da Polícia Federal. A demissão foi oficializada no Diário Oficial da União.
Serrano é investigado por envolvimento em um esquema de descontos ilegais sobre os benefícios de aposentados, revelado na Operação Sem Desconto, feita em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU).
Ligação com esquema bilionário
A PF apura um acordo firmado entre o INSS e a Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA). O pacto foi autorizado após uma assembleia realizada em agosto de 2021, quando Serrano ainda era diretor da autarquia.
O acordo permitia que contribuições associativas fossem descontadas diretamente da folha de pagamento dos beneficiários. Segundo os investigadores, há indícios de conflito de interesses, já que membros do INSS participaram ativamente de eventos da CBPA.
Assinatura suspeita
Foi Serrano quem assinou o acordo durante sua gestão como presidente do INSS, o que o colocou como um dos alvos centrais da investigação. A suspeita é que o ACT tenha facilitado a aplicação dos descontos indevidos, lesando aposentados e pensionistas.
Por causa do escândalo, o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e o ministro da Previdência, Carlos Lupi, também foram exonerados.
Quem é Guilherme Serrano
Serrano ocupou cargos estratégicos no INSS durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele foi diretor de Atendimento e assumiu a presidência do órgão entre abril de 2022 e janeiro de 2023.
Recentemente, atuava como coordenador-geral de Estudos Estatísticos e Relacionamento Institucional no Ministério da Previdência Social, posto que perdeu após a repercussão do caso.