Os planos de governo dos dois principais candidatos bolsonaristas à Prefeitura do Rio de Janeiro foram recentemente submetidos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), revelando abordagens distintas quanto à associação com a família do ex-presidente Jair Bolsonaro. Enquanto Alexandre Ramagem (PL) optou por não mencionar Bolsonaro ou seus filhos em seu documento, Rodrigo Amorim (União Brasil) fez seis referências diretas ao ex-presidente e a seus familiares.
No plano de governo de Rodrigo Amorim, a influência de Bolsonaro é notável desde a introdução do documento. Na “Carta ao Leitor”, o candidato exalta a eleição de Bolsonaro em 2018 como uma virada conservadora, destacando o retorno do conservadorismo após anos de predominância esquerdista. Um trecho do plano descreve esse momento histórico como uma reviravolta comparável às sombras na caverna do mito de Platão.
Amorim menciona Flávio Bolsonaro em pelo menos três ocasiões, destacando sua experiência como candidato a vice-prefeito em 2016 na chapa do filho do ex-presidente e prometendo manter os planos da época, se eleito. Além disso, o candidato usa o nome de Bolsonaro para criticar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e associar Eduardo Paes (PSD) ao atual presidente.
Essa estratégia de oposição ficou evidente no debate da TV Band, onde Amorim e Ramagem tentaram vincular Paes a Lula, com Ramagem chamando o prefeito de “soldado de Lula” e Amorim usando termos pejorativos como “filho ingrato de Cabral” e “pai da mentira”. Paes, por sua vez, solicitou um direito de resposta devido às menções indiretas.
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Por outro lado, Alexandre Ramagem, que é apontado como o favorito da família Bolsonaro, optou por uma abordagem mais neutra em seu plano de governo. O documento não faz qualquer referência direta aos integrantes do clã Bolsonaro, apesar de Ramagem ter comparecido ao debate da TV Band acompanhado por Carlos Bolsonaro, o principal fiador de sua candidatura.
No plano, Ramagem concentra suas críticas na gestão atual de Paes, especialmente em relação à segurança pública, afirmando que a prefeitura precisa assumir um compromisso efetivo e responsável com a proteção dos cidadãos e seus bens.
