O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) está na mira do Supremo Tribunal Federal (STF) após representação protocolada pelo deputado Rogério Correia (PT-MG) na Procuradoria-Geral da República (PGR), que solicita abertura de inquérito criminal para apurar o elo do parlamentar com o chamado “cartel hardcore” da máfia dos combustíveis em Minas Gerais.
A denúncia, baseada em reportagem da jornalista Sara Vivacqua para o jornal Diário do Centro do Mundo (DCM), revela que Nikolas teria vínculo com um grupo empresarial que vinha operando práticas ilícitas há anos, incluindo cartel, manipulação de preços, fraudes fiscais e ocultação financeira no setor de combustíveis. Essa máfia é investigada pela Polícia Federal desde a deflagração da Operação Mão Invisível.
O maior doador individual da campanha de Nikolas foi identificado como Ronosalto Pereira Neves, ligado à Mart Minas, grupo varejista sob investigação em um esquema relacionado ao ex-senador Aécio Neves e à JBS.
Um fato estranho chama atenção: o comitê eleitoral de Nikolas foi registrado em um posto de gasolina desativado em Belo Horizonte, cujo endereço é controlado por um grupo com histórico de condenações e investigações por fraudes e lavagem no mercado de combustíveis.
Rogério Correia pede cautelares e medidas patrimoniais para investigar possível ocultação de valores, além de comunicação formal ao STF por conta do foro privilegiado de Nikolas. A representação também exige que o Ministério Público Federal (MPF) atue para apurar a possível disseminação de desinformação por parte do deputado, alinhada a interesses financeiros escusos.
O caso coloca Nikolas Ferreira em situação delicada, agravando a crise política e revelando mais uma dimensão da ligação entre crime econômico e política no Brasil.


