O presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu nesta terça-feira (26) às ameaças de Donald Trump, que prometeu retaliar países que regulamentarem ou taxarem as big techs.
Em reunião ministerial, Lula afirmou que as plataformas digitais “são patrimônio americano, mas não são patrimônio do Brasil”, deixando claro que não aceitará imposições externas sobre a soberania nacional.
A ameaça de Trump
Na segunda-feira (25), Trump publicou uma nota em tom agressivo:
“Enfrentarei os países que atacam nossas incríveis empresas de tecnologia americanas. Mostrem respeito aos Estados Unidos e às nossas empresas ou considerem as consequências!”, escreveu.
O republicano ameaçou impor tarifas adicionais e restringir exportações para países que criarem impostos digitais ou legislação voltada ao setor tecnológico. Segundo ele, tais medidas favoreceriam companhias chinesas — alvo central da ofensiva geopolítica de Washington.
Lula responde e reforça soberania
Lula reagiu de forma direta:
“Para nós, elas (as big techs) são patrimônio americano, mas não são nosso patrimônio.”
A fala ocorreu durante reunião ministerial, no momento em que o Congresso brasileiro discute projetos para regulamentar as plataformas digitais. O governo defende que regras são necessárias para garantir a democracia, proteger usuários e combater monopólios digitais.
O comentário também dialoga com o avanço da disputa entre Estados Unidos e China no setor tecnológico, que tem transformado as big techs em armas de guerra econômica.
Disputa global pela tecnologia
Trump já havia elevado o tom contra Pequim, ameaçando aplicar uma tarifa de 200% sobre produtos chineses caso Washington não receba fornecimento de ímãs — insumo estratégico da indústria de terras raras. A China, em abril, havia incluído o produto na lista de exportações restritas, aprofundando o conflito comercial.
Nesse cenário, o Brasil emerge como campo de disputa entre dois gigantes: de um lado, os EUA defendendo suas empresas, de outro, a China ampliando presença em infraestrutura digital e inteligência artificial. A resposta de Lula sinaliza que o país não pretende abrir mão de autonomia.
