O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve se manifestar nesta quarta-feira (29) sobre a megaoperação policial nos Complexos do Alemão e da Penha, que deixou 119 mortos, durante a posse de Guilherme Boulos na Secretaria Geral da Presidência.
A orientação dentro do governo federal é minimizar a associação direta da crise de segurança pública ao presidente, buscando evitar desgaste político.
Na ocasião, ministros do governo têm adotado uma postura cautelosa, reconhecendo a importância do combate às facções criminosas, mas enfatizando que a atuação deve priorizar a inteligência, a cooperação sistemática entre as esferas federal, estadual e municipal, e o respeito aos direitos humanos, conforme preconizado pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC da Segurança).
O presidente Lula, que retornou ao Brasil na noite da última terça-feira, já alinhou com sua equipe ministerial uma agenda de ações para apoiar o enfrentamento da violência no Rio de Janeiro, destacando a necessidade de integração entre os órgãos de segurança pública.
Apesar da tensão política e da repercussão da operação, o discurso do governo federal procura balancear a firmeza no combate ao crime organizado com a busca por soluções estruturantes, como a aprovação da PEC que prevê maior coordenação entre os entes federativos.
A megaoperação, que mobilizou cerca de 2.500 agentes entre policiais civis e militares, foi uma ofensiva inédita, mas também gerou críticas devido ao alto número de mortos e denúncias de violações de direitos humanos, o que eleva a pressão sobre o governo federal para apresentar uma resposta integrada e responsável.


