Brasília – Glauber Braga (PSOL-RJ) encerrou nesta quinta-feira sua greve de fome iniciada há mais de uma semana no plenário da Câmara dos Deputados.
O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou um acordo que prevê um prazo de 60 dias antes de levar ao plenário o pedido de cassação contra o parlamentar.
A negociação teve participação da deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e do senador Lindbergh Farias (PT-RJ). O compromisso garante a Glauber tempo para preparar sua defesa antes de uma decisão final dos deputados.
Conselho de Ética aprovou pedido de cassação
O Conselho de Ética da Câmara aprovou na semana passada, por 13 votos a 5, o parecer do deputado Paulo Magalhães (União-BA) que recomenda a cassação do mandato de Glauber Braga por agressão física. A decisão ainda precisa passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e pelo Plenário da Câmara.
No acordo, Hugo Motta afirmou que a votação final só ocorrerá após 60 dias, mesmo após deliberação da CCJ. “As deputadas e os deputados poderão soberanamente decidir sobre o processo após esse prazo”, declarou.
Glauber perdeu quase 5 kg durante o protesto
Durante os dias de greve, Glauber ingeriu apenas soro, isotônico e água. A equipe médica que o acompanhava informou que ele perdeu 4,6 kg e apresentava dores de cabeça e desconforto abdominal.
Segundo sua assessoria, o deputado se manteve firme apesar do desgaste físico. A mobilização gerou atenção dentro e fora do Congresso.
Protesto mobilizou aliados e setores sociais
Além da esposa Sâmia Bomfim, o deputado contou com apoio de ministros do governo Lula, parlamentares aliados, movimentos sociais e sindicalistas. Um fato inusitado foi a visita de Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP), único bolsonarista que se opôs à urgência da anistia.
O caso de Glauber Braga pode se tornar o primeiro envolvendo cassação por agressão física na Câmara. Contudo, ele vai recorrer à CCJ e tenta evitar uma decisão definitiva no plenário.
