Brasília – O ex-chanceler Ernesto Araújo afirmou que foi o principal articulador da relação entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente dos EUA Donald Trump. Em uma publicação nas redes sociais, ele disse que essa aproximação ocorreu entre 2019 e 2020, quando era ministro das Relações Exteriores, e não mencionou o nome do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tem buscado contatos frequentes com aliados republicanos nos Estados Unidos.
Araújo destacou que a conexão diplomática foi resultado direto de sua gestão. “Essa aliança foi construída por mim quando chanceler, através de iniciativas concretas com os EUA, que eu lancei e conduzi”, escreveu no X (antigo Twitter). Ele listou diversas áreas em que atuou para fortalecer os laços entre os dois países, como defesa, segurança, investimentos e liberdade de expressão.
Tensão entre Araújo e aliados de Bolsonaro
O ex-chanceler afirmou que a relação diplomática com os EUA só prosperou devido ao seu trabalho. Ele ainda ironizou possíveis substitutos que poderiam ter assumido o comando do Itamaraty na época: “Se o ex-presidente tivesse colocado pilantras e mariolas para cuidar da diplomacia, hoje Trump nem saberia quem Bolsonaro é”.
A declaração gerou reação de aliados do ex-presidente. O deputado federal Mario Frias (PL-SP) rebateu Araújo, chamando-o de “aproveitador barato”. Ele defendeu Eduardo Bolsonaro e minimizou a importância do ex-chanceler na articulação política entre os dois países.
Eduardo Bolsonaro e a investida contra Moraes
Enquanto Araújo revindica o protagonismo na relação entre Bolsonaro e Trump, Eduardo Bolsonaro tem intensificado suas viagens aos EUA e se reunido com membros do Partido Republicano. Ele busca apoio contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que conduz o julgamento sobre a tentativa de golpe no Brasil.
O parlamentar também enfrenta pressão política. Os deputados Lindbergh Farias (PT-RJ) e Rogério Correia (PT-MG) pediram uma investigação contra ele, sugerindo a apreensão de seu passaporte sob a alegação de crimes contra a soberania nacional.